Não são apenas os consumidores que estão preocupados com as tarifas de energia. O presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse nesta quinta-feira (26) que o forte aumento nas contas de luz preocupa o setor.
Apesar da escassez na geração elétrica, as distribuidoras não têm nenhum interesse em ver o consumo cair, já que suas receitas dependem efetivamente da energia que entregam.
Nesta tarde, Nelson Leite se reúne com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para um "encontro institucional". A reunião acontece para apresentar os diretores das principais distribuidoras do País. No encontro, os empresários querem pedir o aperfeiçoamento regulatório do setor para ampliar a capacidade de investimento dessas empresas.
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Nelson Leite disse que, até este momento, a ginástica financeira feita pelo governo para tentar manter o equilíbrio do setor elétrico tratou apenas dos custos regulares, nos quais as distribuidoras não aferem lucro e atuam como repassadores entre os agentes do setor - esses custos são conhecidos como a parcela A.
A preocupação com a variação de consumo está no impacto que a redução de demanda pode ter na chamada parcela B, onde se concentra a margem de lucro das distribuidoras - nela estão os custos operacionais, com pessoal e demais gastos administrados internamente pela empresa.
"Estamos resolvendo boa parte dos problemas da parcela A, mas fica um ponto de preocupação que é o desequilíbrio da parcela B, por conta da redução do consumo", disse Nelson Leite. "A gente não sabe qual vai ser a resposta do mercado a esse aumento de preços", completou. Outro fator que preocupa as distribuidoras é um eventual aumento na inadimplência.