Os bancários de Curitiba e região metropolitana fecharam 145 agências nesta quinta-feira (19), no primeiro dia de greve da categoria. Os 13 centros administrativos, responsáveis pela realização de procedimentos internos, também não abriram. Um balanço completo da mobilização no Estado deve ser divulgado durante a tarde.
De acordo com o secretário geral da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-PR), Deonísio Schmidt, 77% dos profissionais da capital cruzaram os braços hoje, sendo que a expectativa é de que a adesão aumente no decorrer do movimento. "No primeiro dia, como ainda havia uma parcela da comunidade que não estava avisada sobre a greve, algumas agências ficaram abertas. Mas devemos ter aproximadamente 14 mil, dos 18 mil trabalhadores, parados", afirmou.
Segundo ele, até terça-feira, 100% das unidades da cidade devem estar paradas, o que seria "tempo suficiente para as pessoas pagarem as contas pendentes". Dentre as agências que não abriram hoje, 115 estão localizadas na capital e 30 nos municípios vizinhos, principalmente São José dos Pinhais, Araucária, Rio Negro e Campo Largo. Em Curitiba, os bairros com maior número de bancários parados são centro, Centro Cívico e Portão.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
A categoria reivindica reajuste salarial de 11,93%, que corresponde à inflação dos últimos 12 meses mais ganho real de 5%, além de melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e elevação do piso salarial - dos atuais R$ 1.519,00 para R$ 2.860,21. Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) oferece reajuste linear de 6,1%, que é a correção da inflação.
Schmidt conta que, além das questões econômicas, estão em pauta pontos como melhores condições de trabalho, com "fim da venda não ética de produtos e do assédio moral".
Outro lado - A Febraban informou, em nota, que lamenta a posição dos sindicatos, "que causa transtorno à população". Segundo o órgão, a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente. "Os bancos respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos bancários", diz trecho do documento.
A federação também lembra que o consumidor dispõe de outros canais para a realização de transações financeiras, como Internet, banco por telefone e aplicativo do banco no celular. Há também os caixas eletrônicos e rede 24 horas, que ficam disponíveis em supermercados, aeroportos, shoppings, lojas comerciais e centros comerciais, além dos correspondentes, que estão espalhados por todo o Brasil.
Já as contas de água, luz, telefone, gás, Internet, financiamentos, impostos e títulos de cobrança em geral, que estão dentro do prazo, podem ser pagas pela Internet, pelo caixa eletrônico ou rede 24 horas, pelo aplicativo do banco no celular, pelo correspondente e também pelo telefone do banco. Para isso, é preciso conferir o número no site do banco, no cartão da conta ou pesquisar no site da Febraban.