O Banco do Brasil (BB) vai liberar R$ 3,1 bilhões para fornecedores de 26 empresas até o final deste ano. Os recursos estão previstos em um protocolo de intenções assinado nesta quarta (19) para dar apoio financeiro e comercial às cadeias produtivas do setor automotivo e de máquinas agrícolas. Participaram da assinatura do termo, diretores do banco e representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e da Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave).
A partir de convênios específicos, o BB vai antecipar os valores aos fornecedores dessas empresas para toda a programação de encomendas. Normalmente, os pagamentos seriam feitos gradualmente, acompanhando as entregas. O mecanismo vai ajudar a capitalizar os fornecedores, evitando que seja necessário recorrer a linhas de crédito com juros elevados. Para as montadoras e fabricantes de autopeças, as condições permitem negociar prazos mais vantajosos. A ideia é manter o funcionamento da cadeia de insumos do setor no cenário econômico adverso, evitando a substituição das compras nacionais por fornecedores estrangeiros.
O BB pretende firmar novos acordos do tipo, ampliando a experiência para outras atividades, como incorporadoras e grandes exportadoras. Pelas projeções do banco, os desembolsos devem alcançar R$ 9 bilhões, favorecendo cerca de 500 grupos em diversas cadeias produtivas.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Durante o anúncio, o presidente do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, avaliou como desafiadora a atuação de uma instituição financeira na concessão de crédito em um momento de baixa atividade econômico. Segundo ele, o banco estudou a estratégia de forma a não colocar em risco o capital da instituição. "Temos convicção de que [a medida] não resolve todos os problemas [da economia], mais vai minimizar as dificuldades da cadeia automotiva".
Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a agilidade do processo de liberação de recursos implicará em redução de custos que poderão ser canalizados para investimentos em produção e, consequentemente, no impulso à economia. Embora tenha comemorado, o presidente do Sindipeças, Paulo Butori, considerou a medida "tardia".
Com o mesmo propósito de atingir a retomada do crescimento econômico, a Caixa Econômica Federal assinou um convênio ontem (18) com as entidades de classe do setor automotivo, que prevê condições especiais nas linhas de capital de giro e investimento, além de condições diferenciadas em linhas de crédito e outros produtos e serviços do banco.
A instituição vai oferecer linhas de crédito em antecipação de contratos entre fornecedores e a indústria como forma de suprir a necessidade de capital de giro e de investimento. As taxas de juros serão a partir de 0,83% com prazo de 60 meses e carência de até seis meses para começar a pagar as parcelas.