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Conduta abusiva

Banco vai indenizar funcionária obrigada a usar fantasia

Agência de Notícias da Justiça de Trabalho
05 jun 2012 às 16:51
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Dando provimento ao recurso de uma trabalhadora, a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) decidiu modificar a sentença para condenar o Itaú Unibanco S.A e uma empresa prestadora de serviços ao pagamento de indenização por assédio moral, no valor de R$ 5.000,00. Isso porque, na avaliação dos julgadores, os reclamados ultrapassaram os limites do seu poder diretivo ao exigirem da empregada o uso constante de perucas, chapéus e gorros de Papai Noel, com o objetivo de atrair a clientela. "O poder diretivo do empregador esbarra nos limites dos direitos da personalidade do trabalhador, pelo que não se admitem comportamentos patronais que exponham o trabalhador a constrangimento, medo ou desconforto", enfatizou o desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira, relator do recurso.

Em seu voto, o desembargador destacou o conteúdo da NR-17, do Ministério do Trabalho e Emprego, baixada por delegação normativa do artigo 200 da CLT. O item 5.13 do Anexo II dessa Norma Regulamentadora proíbe a utilização de métodos que causem assédio moral, medo ou constrangimento, como, por exemplo, a exigência de que os trabalhadores usem, de forma permanente ou temporária, adereços, acessórios, fantasias e vestimentas com o objetivo de punição, promoção e propaganda. Ficou comprovado no processo que essa prática era comum no ambiente de trabalho da reclamante.

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Reprovando a conduta abusiva dos reclamados, o relator acentuou que o direito ao meio ambiente do trabalho saudável assegura que a prestação de serviços ocorra com o devido respeito à dignidade e ao bem-estar físico, mental e social do trabalhador. Sob essa ótica, o magistrado ressaltou que, no caso de descumprimento da obrigação de proporcionar ao empregado um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, a indenização, além de compensar a vítima pelo constrangimento sofrido, tem o propósito pedagógico de aprimorar as relações trabalhistas, inibindo comportamentos patronais que caracterizam abuso do poder diretivo.

"Já está ficando na poeira da história o velho e perverso ditado popular do ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, como nas antigas relações de Senhor e servo. Manda quem pode sim, mas nos limites da ética, da moralidade, do contrato de trabalho e do respeito à dignidade do trabalhador", finalizou o julgador ao acolher o pedido da trabalhadora. A Turma acompanhou esse posicionamento.


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