A natureza dos riscos financeiros e econômicos no Brasil mudou nos últimos anos, passando do governo para o setor privado, disse Mauro Leos, analista da Moody's Investors Service. Embora a dívida do governo continue elevada, não é mais vulnerável a choques externos como foi no passado, disse Leos em conferência em São Paulo.
Os riscos do setor privado não são imediatos, uma vez que as famílias e as corporações estão começando de níveis muito baixos de endividamento, afirmou Leos. A este respeito, o Brasil tem uma grande vantagem, porque os bancos são fortes, e seus balanços são "robustos", disse Leos. O sistema financeiro forte tem dado sustentação durante a crise financeira global, acrescentou.
O Brasil também se beneficiou das reservas estrangeiras do Banco Central, disse Leos. Isso dá um prêmio de liquidez durante a crise, afirmou. "Há alguns custos, mas agora estamos vendo os benefícios", opinou o analista.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Leos disse que ele não está preocupado com a inflação no Brasil, em termos do rating de crédito do País. Embora a inflação esteja atualmente elevada, Leos disse que acredita que o Banco Central está comprometido com seu regime de meta de inflação e que, no médio prazo, inflação ficará dentro da banda.