Os bancos que operam em vários países podem ajudar a disseminar instabilidade durante períodos de crise financeira, de acordo com o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (EBRD, em inglês).
Segundo a instituição, seus economistas examinaram o comportamento de diferentes modalidades de bancos durante 2008 e 2009, os anos de maior impacto da crise, e descobriram que os bancos multinacionais tiveram de reduzir o volume de empréstimos mais agressivamente do que os bancos que operavam em apenas um país.
"Concluímos que embora os bancos multinacionais possam contribuir para a estabilidade financeira durante episódios locais de turbulência financeira, também aumentam o risco de 'importação' da instabilidade", afirmaram os economistas. "Essas subsidiárias que dependiam em maior grau de financiamentos volumosos tiveram de reduzir mais a expansão no crédito", acrescentaram.
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Os economistas disseram também que, durante a crise, as subsidiárias de bancos multinacionais tiveram o acesso a financiamento estrangeiro reduzido, enquanto os bancos domésticos dependeram de depósitos mais estáveis.
As conclusões do EBRD têm implicações negativas para as economias do centro e do leste europeu, visto que os sistemas bancários da maioria dos países dessas regiões são dominados por subsidiárias de bancos do oeste do continente. "As pressões sobre o financiamento que muitos desses grupos bancários estão sofrendo podem ser mais severas do que aquelas registradas há três anos. A necessidade de desalavancagem, portanto, também será maior", disseram os economistas.