Os vereadores aprovaram em segunda discussão, durante a sessão desta terça-feira (30) da Câmara Municipal de Londrina, projeto de lei, de autoria do vereador Rony Alves (PTB), que prevê a mudança de zoneamento de uma área localizada entre a avenida Madre Leônia Milito e a rua Ulrico Zuiglio, na Gleba Palhano (zona sul). A modificação é necessária para que a rede Angeloni instale um hipermercado no terreno.
Uma 'batalha' de emendas marcou a aprovação do projeto nesta terça-feira. Antes da discussão, os vereadores Jamil Janene e Sandra Graça, ambos do PP, apresentaram duas propostas de modificação à matéria. Uma delas, de autoria dos dois, queria adicionar à lei indicações recomendadas pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) e pelo Conselho Municipal das Cidades (CMC), que preveem a ampliação da rua Ulrico Zuiglio, de nove para doze metros de largura. A obra seria necessária para o tráfego de caminhões pela via, o grande ponto discutido durante a primeira votação do projeto.
A outra emenda, de autoria de Janene, queria cobrar uma compensação da Angeloni pelo impacto que o empreendimento pode provocar no dia-a-dia dos moradores da Gleba Palhano. A rede ficaria obrigada a custear 50% dos custos do trecho final da duplicação da avenida Ayrton Senna, localizada nas proximidades da área que deve receber o novo hipermercado.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
As duas emendas receberam pareceres contrários da Comissão de Justiça da Câmara. Os vereadores Gustavo Richa (PHS) e Emanoel Gomes (PRB), presidente e vice do comitê, não acataram análise técnica da Assessoria Jurídica da Casa e definiram como inconstitucionais as propostas. A maioria dos vereadores aprovou os dois pareceres e rejeitou as emendas.
"Só coloquei na emenda o que foi recomendado pelo próprio Executivo. Queríamos dar mais segurança aos moradores que vivem no entorno do novo empreendimento", lamentou Sandra Graça. "Não há nada de inconstitucional no fato de um vereador apresentar uma emenda", complementou Jamil Janene.
A discussão das emendas adiou a segunda votação do projeto propriamente dito em pelo menos quatro horas. Única a votar contra o projeto nos dois turnos, a vereadora Lenir de Assis (PT) usou a palavra, antes da aprovação da matéria, para criticar o modo como o projeto foi tratado na Câmara. "Quando os moradores do bairro compraram os imóveis o zoneamento era um. E nós estamos aqui, alterando este zoneamento e mudando drasticamente a rotina dessas pessoas. Haverá um impacto muito grande na vida dos moradores. Eles têm razão de reclamar", argumentou a parlamentar.
Rony Alves, por sua vez, defendeu a instalação do novo hipermercado em Londrina. "Eles (empresários) não são quadrilheiros e merecem ser tratados com respeito. O empreendimento vai trazer melhorias para o setor econômico da cidade", ressaltou. "Ninguém pode impedir o progresso. Ainda mais em uma cidade que está parada há tanto tempo", reiterou Gaúcho Tamarrado (PDT). "Você tem que legislar para uma rua ou para uma cidade inteira?", concluiu a líder do prefeito na Câmara, Elza Correia (PMDB).