Dados do Banco do Brasil dão um sinal do impacto que a retirada das chamadas medidas macroprudenciais do Banco Central terá sobre a economia brasileira.
Somente no mês de novembro, o BB concedeu R$ 5,557 bilhões em empréstimos para as pessoas físicas - sem considerar crédito com vendas de veículos e imobiliários. O número é 59% maior que a média mensal de R$ 3,501 bilhões.
O vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, disse que o aumento está diretamente relacionado à retirada gradual das medidas macroprudenciais do BC, e acrescentou que esse movimento deve continuar em dezembro.
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Caffarelli afirmou também que a concessão de empréstimos para compra de veículo foi outro segmento que teve um crescimento considerável no mês passado. Em novembro, as operações somaram R$ 226 milhões, sendo que a média no ano foi de R$ 168 milhões.
'Folga' de R$ 5 bi
O executivo informou a instituição financeira ainda tem um folga de R$ 5 bilhões para expandir a concessão do crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança.
No entanto, disse ele, em 2012 o governo terá que fazer um debate para criar novas formas de captação de recursos para esse fim. Essa é uma das reclamações das instituições financeiras que nos últimos anos expandiram os empréstimos para a compra da casa própria. "Conseguiremos operar com recursos da poupança em 2012 sem dificuldades", frisou Caffarelli.
Ele afirmou que o crédito imobiliário é importante para fidelizar a clientela e ressaltou que, em janeiro, o BB começa a atuar com famílias com renda de até R$ 1,6 mil na segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. Antes, essa faixa de renda era atendida apenas pela Caixa Econômica Federal.