O Banco do Brasil (BB) oferece ao produtor rural, a partir da safra agrícola 2009/2010, a opção de contratação de venda futura de sua cultura depois da colheita. Segundo o vice-presidente de Agronegócios do banco, Luís Carlos Guedes Pinto, a opção de venda futura funcionará como uma espécie de seguro contra eventuais desvalorizações do produto na hora da comercialização.
De acordo com Guedes, esse mecanismo existe há tempos, principalmente nos países desenvolvidos, e no Brasil também será bem recebido pelo produtor rural, que estará seguro de " que vai ter um preço mínimo de venda depois da colheita".
Ele explicou que o produtor irá ao BB e fixará o preço de comercialização futura de sua colheita, com base na cotação da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Se o preço de mercado do produto, na hora da comercialização, estiver abaixo do preço acordado, o BB cobrirá a diferença.
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"Claro que isso terá um custo para o produtor, que estimamos entre 2% e 3%, como qualquer prêmio de seguro", disse o vice-presidente do BB. Ele acredita que o mecanismo em implantação vai atender prioritariamente o médio produtor, porque a agricultura familiar é protegida pelo seguro rural e os grandes produtores já atuam no mercado futuro.
Guedes informou que é possível que a opção de venda futura seja estendida para outros produtos, mas inicialmente estarão incluidos apenas o milho e a soja, que representam cerca de 85% da produção nacional de grãos. A estimativa técnica do BB é de colocar R$ 1,5 bilhão para cobertura da opção de venda futura, mas, "se houver demanda", haverá também mais dinheiro, garantiu Guedes.
Recurso é o que não falta, disse ele, ao anunciar que o BB vai destinar R$ 39,5 bilhões para operações de crédito rural no ano agrícola 2009/2010, iniciado ontem (1º). Será um aumento de 30% comparado à safra 2008/2009, e repete expansão semelhante também na relação com a safra 2007/2008.
Guedes informou que, do dinheiro para a atual safra, R$ 9,4 bilhões vão financiar a agricultura familiar (contra R$ 7,5 bilhões na safra anterior) e R$ 30,1 bilhões serão para custeio e investimento dos demais produtores rurais e suas cooperativas, que tiveram R$ 23 bilhões na safra passada.
Ele disse ainda que o BB já está aberto à contratação de todas as linhas de crédito rural da safra 2009/2010, e prevê liberações neste mês em torno de R$ 2 bilhões, mas apela aos produtores rurais que planejem, o quanto antes, suas necessidades de contratação de custeio e financiamento, de modo a diluir as operações ao longo de julho de 2009 a junho de 2010.