O Banco do Brasil tomou mais um passo na sua estratégia de internacionalização nesta segunda-feira, 9, visando desta vez a África. O banco assinou um memorando de entendimento com o Bradesco e o Banco Espírito Santo S.A. (BES) para iniciar as negociações de uma parceria para atuar no continente africano.
Segundo o comunicado, a intenção dos bancos é fazer em uma holding financeira que consolidaria, na África, as atuais operações do BES. A holding coordenará futuros investimentos envolvendo a aquisição de participações em outros bancos e o estabelecimento de operações próprias no continente africano.
"As três instituições financeiras consideram a eventual parceria um meio importante para apoiar o movimento de internacionalização das empresas brasileiras e portuguesas e para assistir ao crescente intercâmbio comercial com o referido continente", informa o comunicado.
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O modelo de atuação da parceria entre Bradesco, BB e BES sai em até 90 dias, disse o presidente do BB, Aldemir Bendini. Serão definidos os valores a serem investidos e a composição acionária da holding que vai ser criada. "Em 60 a 90 dias teremos isso definido", afirmou ele.
A gestão da holding financeira será compartilhada entre os três participantes, disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Hoje a holding é controlada pelo Banco Espírito Santos, de Portugal.
A primeira fase do projeto é a consolidação do que já existe, diz Trabuco. O BES já opera na África há mais de 100 anos. Em seguida, a holding vai buscar a ampliação das operações, que inclui parcerias com bancos locais e aquisição de instituições financeiras africanas. "Queremos preservar a identidade local dos bancos" diz Trabuco. Segundo ele, a área de seguros é uma com maior potencial. "Esse mercado não existe em muitos países da região."
O foco de atuação do Banco do Brasil e do Bradesco na África será o varejo e também o credito para empresas, incluindo o apoio a companhias brasileiras que atuam lá. Segundo Trabuco, há países africanos, como Moçambique e Angola, onde o nível de bancarização é menor do que 15% da população.
Na entrevista com a imprensa para anunciar as operações na África, estavam presentes os principais executivos de empresas brasileiras que atuam naquele continente, como Marfrig, Odebrecht, Camargo Correa e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).