A inflação no Brasil vai atingir 6,4% em 2014 - último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff . A projeção foi feita pelo Banco Central (BC) no Relatório Trimestral de Inflação divulgado na manhã desta terça-feira, 23. O valor está próximo do teto da meta de inflação, que varia de 2,5% (mínimo) a 6,5% (máximo).
A nova estimativa para o cenário de referência traçado pelo BC é maior do que os 6,3% projetados em setembro.
Se confirmada a projeção, nos quatro anos do governo Dilma, o IPCA se manteve em patamares elevados, mais próximos do teto da meta. Em 2011, a inflação fechou em 6,50%. Em 2012, o IPCA recuou para 5,84% e voltou a subir para 5,91% no ano passado.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
No cenário de mercado, que leva em consideração a trajetória para a taxa Selic e o câmbio desenhada pelos analistas do mercado financeiro, o IPCA vai fechar o ano também em 6,4%. A projeção anterior era de 6,3%.
2015
Para o próximo ano, o BC projeta que um IPCA de 6,1%. O valor é maior do que os 5,8% projetados no final de setembro, antes de o Comitê de Política Monetária (Copom) retomar o processo de alta da taxa Selic em doses mais fortes, depois das eleições presidenciais. A projeção leva em conta o cenário de referência que serve de base para as decisões do Copom. De acordo com novas projeções, o IPCA vai fechar 2016 em 5%.
Para o cenário de mercado, o IPCA fechará 2015 em 6%. A estimativa anterior para o cenário de mercado era de 6,1%. Para 2016, o BC projeta que o IPCA ficará em 4,9% no cenário de mercado
Preços administrados
O Banco Central projeta que a variação do conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados, tanto no cenário de mercado quanto no de referência, é de 5,3% para 2014. Nos últimos dois relatórios, essa previsão era de 5% nos dois cenários.
O expectativa de alta, explica o documento do BC, considera variações ocorridas até novembro nos preços da gasolina (2,3%) e do gás de bujão (4,3%), bem como as hipóteses, para o acumulado de 2014, de recuo de 6,4% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 18,2% nos preços da eletricidade.
No relatório anterior de setembro, o BC previa aumento de 0,2% para a gasolina até agosto e de 0,3% para o gás de bujão. Também previa, na época, que para o acumulado de 2014 haveria um recuo de 6,3% nas tarifas de telefonia fixa e um aumento de 16,8% nos preços da eletricidade.
A autoridade monetária também revisou a previsão de reajuste dos preços administrados para os próximos dois anos. Em ambos os cenários, a projeção de reajustes dos itens
administrados por contrato e monitorados em 2015 subiu de 6,0% no último relatório em setembro para 6,2% agora. O BC leva em conta hipóteses de aumento de 0,6% nas tarifas de telefonia fixa e de 17% nas tarifas de eletricidade. Para 2016, passou de 4,9% para 5,2%.