O chefe-adjunto do departamento econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, anunciou hoje que o déficit em transações correntes do mês de novembro deve ficar em US$ 5,5 bilhões. A previsão foi anunciada em entrevista para comentar os números das contas externas, divulgados mais cedo. Se confirmado, o déficit será maior que o observado no mês de outubro, quando o saldo negativo das contas externas ficou em US$ 3,109 bilhões.
Fernando Rocha também avaliou que a crise internacional mudou o comportamento do brasileiro nas viagens internacionais. Segundo ele, é possível observar uma mudança dos turistas diante do câmbio mais elevado e que isso deve moderar o déficit dessa conta nos próximos meses.
"Vai se delineando um cenário em que continuaremos a ter déficits em viagens internacionais, mas devem ser mais moderados. Isso porque o gasto de brasileiros no exterior deve ter crescimento mais moderado", disse Rocha, ao explicar que os turistas são mais sensíveis à variação das cotações do dólar. "As pessoas físicas fazem seu planejamento para uma viagem com uma expectativa de gastos. Mas o câmbio altera instantaneamente essa programação", explica.
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Rocha chamou atenção para o fato de que o déficit de viagens, em outubro de 2011, caiu 6,3% na comparação com igual mês do ano anterior e somou US$ 1,190 bilhão. Essa foi a primeira contração do saldo negativo desde setembro de 2009. Em novembro até o dia 22, a conta de viagens tem déficit acumulado de US$ 655 milhões.