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BC indica continuidade da alta do juro

Agência Estado
29 abr 2011 às 15:07

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Para pôr a inflação de volta na meta em 2012, o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) deverá durar mais do que se previa inicialmente. Pelo menos, foi essa a interpretação majoritária dos analistas econômicos sobre a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 12% ao ano.

A avaliação foi de que o documento devolveu à Selic o protagonismo no combate à inflação e ainda serviu para o BC mandar um recado ao governo: é preciso moderar os subsídios ao crédito, como os praticados pelos bancos públicos.

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"O Copom entende, de forma unânime que, diante das incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes, e da complexidade que envolve hoje o ambiente internacional, o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado", afirmou a diretoria do BC. Foi a senha para analistas preverem pelo menos mais duas altas de 0,25 ponto, embora já haja previsões de até mais cinco elevações, sempre no ritmo estabelecido da semana passada.

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O documento não se alongou em explicar a divisão do comitê na decisão (cinco diretores votaram em alta de 0,25 ponto e dois por 0,50 ponto). Apenas informou que o grupo majoritário defendeu um ajuste menos agressivo, levando em conta o esforço já feito de combate à inflação, que ainda levará algum tempo para impactar a economia, enquanto a ala derrotada entendia que o "balanço de riscos" para a inflação exigia um aperto maior.

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De maneira geral, a ata expôs um BC em situação bem desconfortável com a inflação. As projeções para a alta dos preços, tanto para este ano como para 2012, pioraram nos dois cenários tradicionais (de referência, com juros e câmbio constantes, e de mercado, que levam em conta as projeções para essas duas variáveis), ficando acima de 4,5%. O cenário alternativo (que considera o cenário de mercado para juros, mas câmbio constante) projeta o IPCA "em torno" do centro da meta em 2012.


O Copom reconheceu que a atividade econômica está em moderação, embora siga com perspectivas "favoráveis". Apesar de prever moderação no ritmo do crédito, o BC cobrou do governo uma ajuda extra.


Para o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, o Copom voltou a dar sinais mais transparentes sobre o que pretende fazer para levar a inflação à meta. A avaliação dele é de que a Selic voltou a ser a "bala de prata".

O economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, avaliou que "a novidade é o reconhecimento da importância do ajuste da política monetária no curto prazo via aumento da Selic para atingir a meta central no próximo ano, e não propriamente o uso apenas das medidas macroprudenciais, com restrições nas área de crédito e compulsório, como os últimos discursos e comunicados pareciam apontar".


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