A alta de 19,5% no lucro líquido trimestral da Companhia Paranaense de Energia (Copel), para R$ 345,8 milhões, foi motivada, em grande parte, pelo impacto positivo em R$ 49,5 milhões de benefício fiscal decorrente da antecipação de juros sobre capital próprio (JCP), informou a empresa em seu balanço trimestral. A companhia lembrou que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição antecipada de 35,2% do lucro líquido acumulado durante o primeiro semestre deste ano a título de JCP, perfazendo R$ 225,8 milhões, pagamento que foi distribuído a partir de 15 de setembro.
Além disso, o crescimento das vendas e o aumento das tarifas também beneficiaram o resultado da empresa, conforme previam os analistas que acompanham a companhia. A Copel informou ter registrado um aumento de 4% na receita de fornecimento de energia elétrica, que reflete somente a venda de energia, sem considerar, portanto, a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD). Contribuíram para essa expansão o crescimento no consumo do mercado cativo e o repasse tarifário médio de 3% a partir de 24 de junho.
Também houve um aumento de 27,2% no suprimento de energia elétrica decorrente do reajuste de preços, neste caso dos contratos de comercialização de energia no mercado regulado (CCEAR) e dos contratos bilaterais, além da maior receita de liquidação de energia no mercado livre, na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A receita com as tarifas de transmissão e distribuição (TUST e TUSD) apresentou crescimento de 23,7% deido ao crescimento no mercado fio, do reajuste tarifário e da correção das contas a receber vinculadas às concessões de transmissão.
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A companhia também citou o acréscimo de 18,5% na receita de telecomunicações em razão do atendimento a novos clientes e do maior volume de serviços prestados aos clientes existentes, e o aumento de 21,9% na distribuição de gás canalizado (fornecido pela Compagas), em função do reajuste da tarifas e da elevação nas vendas de gás.
Em relação aos custos e despesas operacionais, a Copel registrou um aumento de 15,6% no terceiro trimestre, na comparação com igual período de 2010, para R$ 1,649 bilhão. Essa expansão ocorreu, em grande medida, pelo aumento de 43,5% nos gastos com pessoal, que somaram R$ 255,6 milhões.
Além do crescimento de 5% no número de funcionários e do reajuste salarial de 6,5% aplicado a partir de outubro de 2010, os custos com pessoal subiram em razão das provisões de indenizações dos Programas de Desligamento Voluntário, que geraram um acréscimo de R$ 28,7 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. A companhia também apontou um aumento na participação nos lucros e resultados e ajustes na estrutura de carreiras e remuneração a partir de 1º de junho de 2011.
Também contribuiu para os gastos maiores a elevação de 15,8% na conta "encargos do uso da rede elétrica" em razão, principalmente, da entrada em operação de novos ativos no sistema e do Encargo de Energia de Reserva (EER), compensado pelo menor custo de Encargos de Serviços do Sistema (ESS), conforme definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e a expansão de 8,7% na compra de energia para revenda, em função do maior custo com aquisição de energia dos leilões e de Itaipu.