Abusando do bom humor e de frases lacônicas, o empresário Eike Batista disse nesta quinta-feira (11) que prefere "deixar em aberto" os rumores sobre a possibilidade de seu grupo, o EBX, entrar na área de comunicação, adquirindo o SBT, do empresário Silvio Santos. Os rumores surgiram no final da tarde de ontem, embalados pelas notícias referentes aos problemas financeiros do banco Panamericano, pertencente ao grupo do apresentador televisivo, e ganharam vulto na rede social twitter ao longo da noite e na manhã de hoje. Em entrevista publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, Luiz Sandoval, executivo do Grupo SS, disse que o único negócio que Silvio Santos não admite vender é o SBT.
"Nós estudamos tudo, todas as possibilidades. Olhamos tudo no Brasil, tudo o que é bom e o que dá para arbitrar, olhamos", disse Eike a jornalistas após participar de homenagem do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Ele completou ainda dizendo que a avaliação sobre investimentos, no entanto, tem que levar em consideração a competitividade do setor. "Eu não vou entrar para competir com a Ambev, com o Submarino e a Embraer. O Brasil tem áreas que competem em excelência mundial. Mas nem tudo tem esta competitividade. E tudo o que é ineficiente no Brasil enxergamos um espaço gigante para poder investir".
Indagado especificamente até que ponto seria interessante adquirir uma empresa de comunicação, visto que o grupo anunciou anteontem uma joint venture com a americana IMG voltada para a área de esportes e lazer, Eike foi econômico na resposta: "é interessante sim". Ele seguiu então falando das vantagens e das oportunidades que esta nova joint venture terá no Brasil, especialmente na construção de arenas multi uso destinadas a shows e eventos esportivos, principalmente diante das perspectivas da realização da Copa e Olimpíada. "Os americanos estão despertando para o potencial do consumo brasileiro", disse, citando que a demanda no país tende a explodir nos próximos anos. Ele não revelou o local dos possíveis investimentos nestas multi arenas, mas disse que várias regiões serão estudadas.
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Ainda segundo Eike, outro investimento de peso que o seu grupo vai fazer é em uma fábrica brasileira de automóveis. "Queremos que ela (a fábrica) esteja produzindo dentro de três anos", disse. A ideia, segundo ele, é atrair um parceiro com larga experiência em tecnologia. "Estamos falando com chineses, japoneses, europeus, americanos. Queremos a BMW no Brasil", disse, citando que a demanda de veículos nos próximos dez anos deve crescer expressivamente. Segundo ele, a ideia é fazer da parceria no setor automobilístico o mesmo que a empresa fez na composição do estaleiro OSX, onde a Hyundai participa com 10% do capital. "Compramos a tecnologia adquirida em 38 anos pela coreana".
Ele, no entanto, criticou o governo falando que é preciso ampliar a política de redução de juros de olho nestas empresas que podem ser atraídas para o país. "Quero ver a Apple aqui para que a gente possa comprar esta maravilha de Ipad pagando metade do que a gente paga hoje".
O empresário também comentou durante o evento que estão caminhando as negociações para a venda de parte dos ativos da OGX em áreas exploratórias da Bacia de Campos. "Estão caminhando, mas não sei quando se encerram. Pode ser hoje, amanhã, daqui um mês ou daqui um ano. Mas as negociações estão indo bem", disse.