O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, avaliou nesta terça-feira, 23, que a Black Friday e a greve mais longa dos bancários este ano podem ter feito o uso do cartão de crédito aumentar em novembro. Ele explicou, no entanto, que não há dados que possam medir efetivamente esse comportamento.
Vale lembrar que a taxa do rotativo do cartão de crédito ficou em média em 415,2% ao ano em novembro, a mais alta da série iniciada em maio de 2011. No caso do juro do cheque especial (284,8% ao ano), a taxa é a maior desde maio de 1995, quando estava em 286,2% ao ano.
Maciel explicou, no entanto, que esse aumento do uso do cartão de crédito não deve se sustentar porque está relacionado à fatura de cartão de crédito à vista. "No mês que vem isso já sai do estoque, é algo pontual, mas puxou o cartão de crédito no geral", previu. O saldo do cartão de crédito subiu 3,2% de outubro para novembro, passando de R$ 159,555 bilhões para R$ 164,610 bilhões.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Para o técnico, com a paralisação dos bancários mais extensa este ano e pode ter ocorrido a limitação do crédito, induzindo a uso mais intenso do cartão. "Pode ter sido também antecipação de vendas de natal no Black Friday, mas que também ocorreu no ano passado. Não há informação direta", considerou.
Maciel comentou ainda que, a despeito do comportamento do crédito como um todo, o segmento consignado apresentou um "ritmo bom de alta" em 2015. Em 12 meses até novembro, a expansão desse mercado foi de 9,4%.