O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu hoje o aumento dos investimentos do setor empresarial em pesquisa e desenvolvimento. Segundo ele, o gasto com inovação cresceu no Brasil nos últimos anos, como indicou recente pesquisa do IBGE, mas ainda não atingiu 2% do total investido no mundo. Enquanto isso, segundo ele, países como China e Índia, nações emergentes que competem com o Brasil no mercado internacional, avançaram mais.
Ele mostrou dados em que a China elevou de 2% para 9% a sua participação nos gastos mundiais em pesquisa entre 1996 e 2007. Índia e Rússia, segundo Coutinho, superam a marca de 2% no período. "O gasto público para inovação no Brasil está no nível internacional. Quando comparamos com outros países, é a parcela empresarial que faz a diferença", disse ele.
Para o presidente do BNDES, há instrumentos, financiamentos e incentivos fiscais para aumentar os investimentos privados em inovação, mas eles são pouco usados. "Essa é uma cruzada fundamental para tornar o Brasil um país desenvolvido. Temos de tirar essa diferença, estamos atrasados em relação a vários países competidores no engajamento do setor empresarial em atividades inovadoras", afirmou. Segundo ele, o investimento privado em pesquisa no Brasil está próximo de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto países como Alemanha e Coreia têm 1,73% e 3,43%, respectivamente.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Coutinho comentou também, na abertura do Fórum Nacional, na sede do BNDES no Rio, que o investimento em inovação é uma forma do País reagir a um cenário mundial de pressão crescente sobre o câmbio, já que poderá elevar a competitividade das empresas. Em entrevista após a abertura, indagado sobre o cenário do câmbio, ele criticou o que chamou de "processo de relaxamento monetário nos Estados Unidos, com injeção de mais US$ 600 bilhões, inundando o mercado mundial de liquidez".
O presidente do BNDES disse que as autoridades monetárias brasileiras têm tomado medidas para minimizar esse impacto e poderão tomar outras quando necessário, mas não quis adiantar quais seriam elas.