A diretoria da Eletrobras não conseguirá entregar ainda nesta quarta-feira (18) os balanços auditados de 2014 e 2015 à SEC (órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos). Por isso, a partir de amanhã as ações da estatal não estarão sendo negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE).
A decisão da NYSE ocorreu depois que, na véspera, a Eletrobras deixou de entregar às autoridades norte-americanas o balanço auditado da empresa. Segundo a Bolsa de Nova York, a empresa tem o direito de solicitar revisão da medida.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que participou, no Rio de Janeiro, da solenidade de abertura do 13º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), informou que amanhã (19) a Eletrobras vai recorrer da decisão.
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Segundo ele, ainda assim as ações da empresa ficarão até 90 dias fora do pregão da bolsa nova iorquina. "É muito pouco provável que ela (a Eletrobras] consiga apresentar o balanço até o fim do dia de hoje e a partir de amanhã as ações serão suspensas das negociações", admitiu o ministro ainda sem saber da decisão do governo americano.
Ele disse acreditar que o recurso a ser apresentado deverá levar de dois a três meses para ser julgado. Fernando Coelho acrescentou que, durante esse período, serão feitos "todos os esforços necessários no sentido de que as investigações possam ser concluídas, o que dará conforto para que a auditoria independente assine o balanço".
Com o balanço auditado e assinado, o ministro espera que as ações da holding possam voltar a ser negociadas "antes de que seja iniciado o processo de deslistamento".
Comando
Sobre a possibilidade de troca de comando na Eletrobras, Fernando Coelho informou que o governo não está pensando nisso no momento, mas admitiu que a empresa precisará passar por um processo de desmobilização de ativos.
"Não estamos falamos em substituição agora. Estamos focado primeiro em poder resolver o problema do balanço e de capitalizar a empresa. Formatamos algumas sugestões ao longo desta semana. Evidentemente que há necessidade de desmobilização de alguns ativos do Sistema Eletrobras, mas tudo isso será feito em comum acordo com Moreira Franco [que vai coordenar o Programa de Parceria de Investimento (PPI)] e com o Ministério do Planejamento, de forma que apresentemos um projeto de que dê condições para que possamos reorganizar o sistema elétrico brasileiro", destacou.
Petrobras
Com relação à substituição na direção da Petrobras, o ministro de Minas e Energia admitiu a possibilidade, mas fez a ressalva de que este é um assunto que caberá ao presidente interino Michel Temer resolver.
"Tem uma pré-agenda agora à tarde com o presidente, quando o assunto deverá ser discutido. Sem dúvida, o tema deverá surgir. Mas Petrobras é uma questão de governo, não é de ministro. Evidentemente que ela está ligada ao Ministério de Minas e Energia, mas quem fala a respeito é o presidente Temer", esclareceu.
* Colaborou José Romildo, corresponde da EBC em Washington