O Brasil perdeu, entre 2000 e 2006, posições em 14 de 24 indicadores utilizados para avaliar a sua competitividade frente às outras principais economias emergentes do mundo (Rússia, Índia, China e México), indica um estudo da Câmara Americana de Comércio (Amcham) divulgado nesta segunda-feira (4).
O risco soberano, por exemplo, que é o risco de países não pagarem seus credores, seja por dificuldades macroeconômicas ou por decisão política, apresentou melhora nos últimos seis anos – mas o fato de o avanço ter sido inferior ao de outros países avaliados fez o Brasil cair da 2ª para a 4ª posição no ranking que mede esse indicador.
No índice composto, formado pelos 24 indicadores, o Brasil fica em 4º e último lugar, empatado com o México, apresentando desempenho "especialmente insatisfatório" nos fatores que medem o custo fiscal e institucional e o custo operacional.
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Embora tenha colocado a economia brasileira na mesma posição do seu concorrente latino-americano, o estudo da Câmara Americana de Comércio ressalva que o México apresenta uma leve vantagem em relação ao Brasil.
Para comparar os desempenhos dos países por indicador, os autores do estudo criaram três faixas progressivas (vermelho, ou baixo; amarelo, ou intermediário; e verde, ou alto). O Brasil apresenta cinco indicadores na fração alta, nove na intermediária e dez na baixa.
Segundo os autores, o fato de o Brasil ser o segundo melhor colocado (atrás da Índia) no indicador que mede empreendedorismo mostra que o setor privado tem grande potencial competitivo, mas precisa de "melhores condições para se desenvolver".
O estudo destaca como particularmente negativos fatores como a elevada carga tributária (em 2004, 35% do PIB, a mais alta do Bric-M), a demora no processo de abertura de empresas (152 dias, "muito maior" que no restante dos países Bric-M), e o risco soberano (que, além de ser o pior dos países analisados, exige altas taxas de juros para atrair investimentos).