Em relatório, a equipe de analistas do Bradesco afirma que o fato de a produção industrial ter fechado maio com crescimento de 1,3% ante uma queda de 1,2% em abril (este dado resulta da revisão da queda anterior, de 2,1%) não altera a visão do banco de enfraquecimento no segundo trimestre. Os economistas do banco reconhecem que a expansão da atividade fabril em maio foi disseminada entre as categorias de bens, mas não recuperou as perdas observadas no mês anterior, ou seja, em abril. "Assim, este resultado não altera nossa avaliação de que a indústria, no segundo trimestre, deverá apresentar um resultado fraco - de estabilidade ou até mesmo ligeira queda frente ao primeiro trimestre do ano", escrevem os economistas no relatório.
Ainda, segundo os economistas do Bradesco, tomando a média móvel dos últimos três meses, nota-se uma perda de ritmo do crescimento acumulado nesta base de comparação, que passou de 0,4% em abril para 0,2% em maio deste ano, uma tendência de queda ante a aceleração observada nos primeiros três meses de 2011.
"Em nossa visão, o resultado do primeiro trimestre refletiu principalmente um acúmulo de estoques, que vem sendo corrigido no trimestre atual. A esta visão, soma-se a lenta recuperação da atividade industrial global e os determinantes mais fracos da demanda doméstica, em reflexo às medidas de políticas monetárias e fiscais restritivas, cujos efeitos devem continuar a serem sentidos nos próximos trimestres", avaliam os economista do Bradesco.
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Mas os analistas reconhecem que o resultado da produção industrial de maio ficou pouco acima da alta de 1% esperada por eles e da elevação de 1,2% esperada pelo mercado. "Na comparação com o mesmo mês de 2010, a produção da indústria passou de contração de 1,5% para expansão de 2,7% em maio. Com isso, no acumulado dos primeiros cinco meses de 2011, houve crescimento de 1,8% em relação mesmo período do ano anterior", dizem os economistas.
"Adicionalmente, um ponto importante a destacar acerca da revisão para cima do dado de abril é que a mudança ocorreu apenas no fator sazonal, já que o índice original de abril foi revisado ligeiramente para baixo, passando de 123,23 para 123,0 pontos, o que representou uma mudança de -1,3% para -1,5% na variação interanual", destaca os economistas do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco.