A presidenta Dilma Rousseff disse que os acordos de cooperação assinados entre Brasil e China para financiar projetos da Petrobras mostram confiança na estatal. Os novos acordos envolvem US$ 7 bilhões. Em abril, a estatal brasileira já havia obtido financiamento de US$ 3,5 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China.
"Convidei o governo chinês a participar na área de investimento de petróleo e gás, tanto em refinarias quanto em estaleiros. [Esses acordos demonstram] Não só confiança na Petrobras, mas também ampliam a parceria que temos com empresas chinesas CNPC [China National Petroleum Corporation] e CNOOC [China National Offshore Oil Corporation], no Campo de Libra, na extração de petróleo do pré-sal", destacou.
A presidenta deu as declarações no encerramento da Cúpula Empresarial Brasil-China, no Itamaraty. Mais cedo, no Palácio do Planalto, ela e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assinaram um plano de ação conjunta entre os dois países, do qual fazem parte 35 acordos.
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Segundo Dilma, as novas oportunidades, em setores como energia renovável, mineração, infraestrutura e manufaturas, totalizam R$ 53 bilhões, olhando sob uma perspectiva de médio prazo.
De acordo com a presidenta, a implementação do plano de ação conjunta contará com o suporte do acordo de cooperação entre a Caixa Econômica e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês). "Através do acordo, o ICBC vai disponibilizar recursos da ordem de US$ 50 bilhões de dólares, por meio de financiamentos e de fundos de investimentos", disse a presidenta.
Dentre os acordos, foi firmada a compra de 22 aviões da empresa brasileira Embraer para companhias aéreas chinesas. A expectativa inicial era de financiamento de 40 aeronaves. Os outros 18 aviões ainda dependem de uma segunda aprovação das autoridades chinesas em uma fase posterior.
Dilma comemorou também a liberação das vendas de carne bovina brasileira para a China. O país asiático havia embargado o produto brasileiro em 2012, em razão da detecção de um caso atípico da doença da vaca louca.
Durante visita ao Brasil, em julho de 2014, o presidente chinês, Xi Jinping, chegou a anunciar o fim do embargo, mas as negociações para liberação só foram concluídas agora. Inicialmente, nove frigoríficos foram habilitados para exportar: oito de carne bovina e um de aves. Segundo o Ministério da Agricultura, até junho, 26 empresas serão liberadas.
Ao discursar sobre os acordos fechados entre os dois países, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, destacou que China e Brasil têm pontos em comum por serem países emergentes. "Ambos têm a tarefa de construção econômica e melhoramento da vida do povo", declarou.
Para Li Keqiang, os países devem se unir já que passam por um momento de desaceleração econômica. "Devemos pensar em transformação e explorar caminhos de comércio a longo prazo", disse. Depois de passar pelo Brasil, o primeiro-ministro seguirá para o Peru, a Colômbia e o Chile.
No Peru, a exemplo do que ocorreu no Brasil, assinará acordo sobre estudo de viabilidade para construção da ferrovia transoceânica. Trata-se de uma ferrovia ligando o Brasil ao Oceano Pacífico, passando por território peruano. "O projeto da ferrovia vai incentivar o crescimento da economia brasileira e também dos países em desenvolvimento", conclui Li Keqiang.