O Brasil passou do 17º para 14º lugar no ranking que avalia a disposição das empresas em pagar propinas para conseguir fechar contratos no exterior. A informação faz parte de um estudo elaborado pela ONG Transparência Internacional, que revela os países considerados 'campeões' no Índice de Suborno Empresarial.
De acordo com a pesquisa, as empresas da Rússia e da China são vistas como mais propensas a pagar subornos no exterior. Em contrapartida, as companhias holandesas e suíças são vistas como as mais honestas nesse sentido.
"A corrupção continua a ser uma prática de rotina para muitas empresas, sendo executada em todo o negócio, não apenas naqueles que envolvem funcionários públicos. As empresas que não conseguem evitar a corrupção nas suas cadeias de suprimentos correm o risco de serem processadas pelas ações dos funcionários e seus parceiros de negócios", disse o presidente da ONG Transparência Internacional, Huguette Labelle.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Por setor
Dos 19 setores analisados pela pesquisa, figuram entre os mais afetados pela questão do suborno os segmentos de contratos de obras públicas e o de petróleo e gás.
"A indústria de extrativos está mais sujeita à corrupção. As empresas que operam na Nigéria, por exemplo, já foram multadas pelos Estados Unidos em US$ 3,2 bilhões em 2010 e 2011 pelo suborno de funcionários públicos", revela a pesquisa.
Assunto internacional
O suborno estrangeiro é uma questão prioritária para a comunidade internacional. Há um ano, as vinte principais economias do mundo (G20) se reuniram para combater o problema por meio de um plano de ação anti-corrupção. A expectativa é que tal monitoramento resulte em um relatório e que o mesmo seja aprovado ainda esta semana em Cannes, informando medidas que possam ajudar no combate de tal prática.
"Em sua reunião em Cannes nesta semana, os governos do G20 deverão enfrentar o suborno estrangeiro como uma questão de urgência. A nova legislação será uma oportunidade de proporcionar uma economia mais aberta, que dará condições para uma recuperação sustentável e assegurará a estabilidade de crescimento futuro", informa Labelle.
A pesquisa
Em sua sexta edição, o Bribe Payers Index (Índice de Pagadores de Suborno, em inglês) avaliou a opinião de três mil executivos de empresas de países desenvolvidos e em desenvolvimento. O estudo analisou a disposição das empresas em oferecer suborno ao negociar fora de seu país de origem. (Fonte: InfoMoney)