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Brasil é um dos líderes em gastos com previdência

Redação Bonde
09 set 2007 às 17:05

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O Brasil é um dos líderes no ranking mundial de despesas com previdência. A conclusão é de um estudo elaborado pelos economistas Marcelo Abi-Ramia Caetano e Rogério Boueri Miranda, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Com 12% do Produto Interno Bruto (PIB – soma de toda riqueza do país) destinados ao pagamento de aposentadorias e pensões nos setores público e privado, o Brasil ocupa o 14º lugar entre os 113 países que têm despesas previdenciárias consideradas altas.

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No estudo, cinco pontos analisados pelos dois economistas do Ipea confirmam que as despesas previdenciárias no Brasil estão acima do desejável, e indicam que o Brasil deveria gastar menos com previdência.

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Eles se referem à dependência demográfica, ao quociente entre a população idosa e as pessoas na faixa etária entre 15 e 64 anos; à relação entre aposentadoria e renda per capita; à participação dos contribuintes na força de trabalho; às alíquotas de contribuição; e às idades mínimas requeridas para aposentadoria.

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Os cinco pontos em conjunto permitem construir um indicador de gasto previdenciário, e posicionam o Brasil no grupo de nações líderes em despesa com previdência, ao lado da Áustria e Uruguai, que possuem uma pesada carga fiscal nessa área.


Rogério Boueri Miranda explicou que países como a Itália, Polônia e Cuba apresentam gastos superiores aos do Brasil com a previdência. E que na Itália, por exemplo, esses gastos atingem quase 18% do PIB.

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Boueri observou que pelas características demográficas da Itália, o país pode gastar mais que o Brasil. "É isso que nós estamos querendo dizer nesse estudo: o Brasil gasta muito mais do que as variáveis demográficas dele permitiriam", disse.


A conclusão do economista do Ipea é de que os países que gastam acima do Brasil em proporção ao PIB têm condições financeiras e demográficas de gastar mais. "O Brasil, para as condições que ele tem, gasta muito", disse.

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O trabalho mostra ainda que nações com dimensões demográficas semelhantes às do Brasil, como os Estados Unidos, têm despesas previdenciárias proporcionalmente menores que as brasileiras, inferiores a 8% do PIB. "Os Estados Unidos, ainda por cima, têm outras condições melhores para alavancar o gasto deles com gente. Eles têm mais dinheiro", apontou Boueri Miranda.


O estudo também revela que, na comparação com os outros países, essas variáveis indicam que o Brasil é a única nação da amostra que está fora do "padrão internacional". Por se tratar de um país jovem, com 9,1% de dependência demográfica (relação entre a população de mais de 65 anos sobre a população em idade ativa), "a previdência repõe boa parte da renda, a cobertura e as alíquotas previdenciárias são altas, e o regime previdenciário ainda não conta com uma idade mínima para aposentadoria".


O trabalho dos economistas do Ipea está disponibilizado no site do órgão da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência da República, no endereço www.ipea.gov.br.

ABr


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