O Brasil ganhou 10 mil novos milionários em 2011, e aparece como o país onde esse segmento da população mais cresce em termos porcentuais entre as grandes economias do mundo. Os dados são da consultoria Capgemini e do RBC Wealth Management, que publicaram ontem relatório que é referência para avaliar a renda da população mundial com patrimônio pessoal elevado.
No total, o Brasil soma 165 mil milionários - pessoas com mais de US$ 1 milhão disponíveis para investimento. Em 2010, o número era de 155 mil. Com a expansão - a mais forte entre as maiores economias -, o Brasil caminha para superar a Itália no número de milionários. Em recessão, a Itália viu seu número cair de 170 mil para 168 mil.
Se em termos porcentuais a expansão brasileira é forte, em números absolutos a China se destaca. Em um ano o país passou de 535 mil para 562 mil milionários. A China é a quarta economia com o maior número de milionários no mundo - atrás de Estados Unidos, Japão e Alemanha.
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O Brasil aparece na 11.ª posição, superando Rússia, Coreia do Sul e Índia. Puxado pelos negócios relacionados à commodities, cujos preços aumentaram, o número de milionários brasileiros cresceu 6,2% no ano. "A renda nacional bruta, poupança nacional, imóveis e outros indicadores são positivos (no Brasil)", indica o relatório. Não por acaso, o Brasil é o novo foco de atenção de empresas do setor do luxo, ávidas por compensar suas vendas estagnadas na Europa pelos novos ricos brasileiros.
Recuo. No total, 11 milhões de pessoas pelo mundo são classificadas como milionárias. O relatório mostra que o volume de dinheiro desse grupo recuou em 1,7%, para US$ 42 trilhões. EUA, Japão e Alemanha têm, juntos, 53% dos milionários. A região Ásia-Pacífico abriga o maior número em termos continentais (3,37 milhões de pessoas). A América do Norte vem em segundo, com 3,35 milhões. A Europa tem 3,17 milhões.
Na Europa, o patrimônio dessas pessoas caiu 1,1%, para US$ 10,1 trilhões. Na América Latina, o declínio foi de 2,9%, ainda que o número total de milionários tenha aumentado em 5,4%.
Segundo o estudo, a crise teve impacto pequeno no número de ultrarricos na América Latina. O valor da riqueza desse grupo aumentou de US$ 5,8 trilhões para US$ 7,1 trilhões desde 2008, puxado pelos negócios que envolvem minérios, produtos agrícolas e energia.
Já no mercado global de ações, a constatação é de que, durante a crise, empresas abertas viram seus valores caírem em 2011. "O valor global de mercado das empresas abertas encerrou o ano em US$ 43,1 trilhões, com queda de 18,7% em relação aos US$ 53 trilhões do ano anterior e bastante abaixo do máximo de US$ 61,5 trilhões atingido em 2007, antes da crise global", diz o relatório. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.