O jornal americano The New York Times desta sexta-feira dedica extensa reportagem à corrida dos brasileiros para comprar imóveis em Manhattan, muitas vezes por preços milionários que facilmente superam valores de mercado. Entre os compradores, destacam-se executivos dos setores de finanças e commodities, entre 30 e 40 anos de idade, afirma o NYT.
A publicação entrevistou corretores e brasileiros que adquiriram propriedades na cidade americana há pouco tempo. Sob o título "Brasil bomba, e corretores sorriem", o jornal diz que Nova York foi sempre vista como sinal de status e sonho de consumo para os brasileiros.
"Enquanto russos como Dmitry Rybolovlev, o comprador de uma cobertura de US$ 88 milhões no número 15 da Central Park West, se vangloriam de suas propriedades-troféu em comunicados à imprensa, os brasileiros silenciosamente se tornaram clientes de grandes corretores especializados", destaca a reportagem.
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Um dos corretores ouvidos pelo NYT conta que nos últimos dois anos mais de 15 negócios foram fechados com brasileiros por sua agência, envolvendo apartamentos avaliados entre US$ 5 milhões e mais de US$ 15 milhões.
Jovens executivos vão às compras
"Ter um apartamento em Nova York era um sonho de infância de meu marido", conta uma brasileira. O casal, relata o NYT, estava disposto a pagar valores acima dos de mercado para adquirir um segundo apartamento na cidade. "Eles pagaram US$ 4,1 milhões pelos dois imóveis, que juntos somam quase 200 metros quadrados", detalha o texto.
O New York Times traça o perfil médio dos brasileiros que fazem uma farra de compras em Manhattan e Miami: executivos dos setores financeiro e de commodities, entre 30 e 40 anos de idade, cuja fortuna vem de recentes aberturas de capital (lançamento de ações) de empresas brasileiras no mercado internacional.
Os endereços favoritos para compra de imóveis são as áreas vizinhas ao Central Park, especialmente no Upper East Side, e em Midtown, perto do Lincoln Center, um dos mais importantes centros culturais de Nova York. Segundo o jornal, os brasileiros também trazem seus próprios arquitetos, caso de Fernanda Marques, baseada em São Paulo e atualmente comandando projetos em Miami e Nova York.
Ainda segundo o NYT, corretores estão viajando ao Brasil para oferecer as propriedades. O jornal encerra seu texto com o caso de uma modelo brasileira, Jeisa Chiminazzo, que pagou US$ 1,65 milhão por um apartamento de dois quartos em TriBeCa, badalada região de Nova York. Ela diz que o único ponto negativo da invasão dos brasileiros é que, agora, "não é mais possível fofocar em português" pelas ruas da cidade, sob o risco de ser flagrado por um outro brasileiro.