Em entrevista à rádio Estadão ESPN, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, diz ter "esperança" em um "desfecho" do movimento grevista "em um grande número de categorias" nesta semana. Segundo ele, o Ministério do Trabalho ocupa a posição de observador das reivindicações de aumento salarial dos servidores públicos e das negociações com a União que, no momento, estão sendo conduzidas pelo Ministério do Planejamento, comandada pela ministra Miriam Belchior.
"Os limites e detalhes orçamentários são do Planejamento. É uma sintonia fina entre limites e possibilidades do Estado de atender movimentos reivindicatórios", avaliou o ministro. Segundo ele, o papel de sua pasta, como mediadora, ocorre apenas quando há um "litígio entre capital e trabalho", como nas greves ocorridas na fábrica da GM em São José dos Campos, onde há risco de 1.500 demissões.
Já nos casos envolvendo o setor público onde o Estado é parte, não cabe ao Ministério do Trabalho fazer mediação. "Cabe ouvir e colaborar, mas esse papel (da mediação) é do Planejamento". "Temos que entender questões específicas, que são diferenciadas em cada categoria. No Ministério do Trabalho, tínhamos pouco mais de 20 funcionários que aderiram à greve num quadro de quase 10 mil funcionários que o ministério tem", exemplificou.
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Questionado pela reportagem da rádio se Brizola Neto estaria pessoalmente incomodado pela onda de greves, o ministro afirmou ser preciso levar em conta o posicionamento do governo federal nos últimos 10 anos, "que tem compromisso com o Estado e valoriza o servidor público". "Esse é um governo que recompôs o tamanho do Estado na economia aos níveis da década de 80, recompondo o papel estratégico do Estado em setores fundamentais da economia", concluiu.