Analistas de mercado financeiro voltaram a reduzir a projeção de investimento estrangeiro direto (capital que se destina ao setor produtivo) no Brasil neste ano. De acordo com pesquisa semanal do Banco Central com estimativas de cem instituições financeiras para os principais indicadores da economia, a estimativa passou de US$ 29,5 bilhões para US$ 29 bilhões. A projeção está em queda há duas semanas. Para 2009, a previsão é de redução para US$ 25 bilhões.
Com a desvalorização do dólar norte-americano, que,com a previsão deve terminar 2008 cotado a R$ 1,80, os analistas mantiveram a projeção de US$ 30 bilhões para o saldo da balança comercial (exportações menos importações) neste ano, com redução para US$ 25 bilhões em 2009 (a projeção anterior era de US$ 25,56 bilhões).
O saldo em conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, deve fechar o ano negativo (com déficit) de US$ 7,85 bilhões, sendo que a projeção da semana anterior era de US$ 7,70 bilhões. Para o próximo ano, a estimativa foi mantida em US$ 12 bilhões de déficit.
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Segundo o boletim Focus, a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu de 41,70% para 41,60% neste ano. Para 2009, essa relação foi mantida em 39,65% do PIB.
Quanto menor a relação entre dívida e PIB, maior é a confiança dos investidores brasileiros e estrangeiros de que o país vai honrar seus compromissos. A dívida pública brasileira é a soma dos débitos dos governos federal, estaduais e municipais. Esse valor, chamado de dívida líquida do setor público, desconta o que os governos têm a receber de empresas privadas ou de outros governos.
A projeção para o crescimento do PIB ficou estável em 4,50%, em 2008, e subiu de 4% para 4,06% no ano que vem. A estimativa para a produção industrial foi mantida em 5%, neste ano, e em 4,5%, em 2009.
Quanto à taxa básica de juros (Selic), os analistas continuam com a previsão de que será mantida em 11,25% em 2008 e de que será reduzida no próximo ano até chegar a 10,38% no fim do período.
Para definir a taxa Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) leva em consideração o cenário macroeconômico, como a inflação e o mercado externo. A próxima reunião do comitê está marcada para 4 e 5 de março.
Agência Brasil