A primeira fábrica de preservativos do Brasil a usar látex de seringueira será inaugurada em junho no município de Xapuri, no Acre. Ela faz parte dos 45 novos projetos que serão implantados nas áreas de abrangência da autarquia federal - Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e os municípios de Macapá e Santana, no Amapá. O prazo dado para que os investidores iniciem suas produções é de três anos.
De acordo com a direção da Superitendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) – que aprovou nesta semana os incentivos fiscais –, a produção da fábrica deve chegar a 200 milhões de preservativos ao ano. Com o novo empreendimento, espera-se viabilizar a economia extrativista da borracha e ampliar a distribuição gratuita de camisinhas na rede de serviços públicos de saúde. As informações são da Agência Brasil.
O superintendente adjunto de Projetos da Suframa, Oldemar Ianck, explica que a operação da fábrica será feita por meio de Parceria Pública Comunitária (PPC), que conta com 420 produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada nos municípios de Xapuri e Brasiléia (AC). Ele acredita que esse projeto contribui para a inclusão social e a promoção da cidadania do homem do interior.
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"A operação da fábrica será feita por meio de Parceria Pública Comunitária, o que representa um processo de integração intra-regional e um processo de beneficiamento dos atores sociais, dos estados e municípios que compõem a Amazônia Ocidental. O investimento na indústria de preservativos usando látex natural é fruto das taxas de serviços recolhidas pela Suframa no Pólo Industrial de Manaus", explica.
Ianck dia que "o látex natural é a grande potencilidade da Amazônia, em particular do estado do Acre. Para nós, o mais interessante desse projeto é poder fazer a inclusão social e a promoção da cidadania, ou como diria o povo acreano, a 'florestania' dos homens do interior que vivem na ou próximos da floresta".
Oldemar Ianck destaca ainda que, a partir da aprovação dos incentivos pela Suframa para os 45 novos projetos, os fabricantes autorizados para iniciar atividades planejam injetar na economia local US$ 720 milhões em investimentos totais e gerar mais de mil empregos diretos nos próximos anos.
Segundo Ianck, os projetos prevêem exportações de US$ 250 milhões a partir do primeiro ano de atividade, chegando a mais de US$ 375 milhões no terceiro ano. De acordo com a Suframa, as metas de exportação propostas pelas empresas devem ser cumpridas sob pena de perda ou redução de incentivos.
Entre os novos projetos destacam-se o setor de duas rodas, para produção de motocicletas e motonetas acima de 100 até 450 cilindradas, microcomputadores portáteis, TV em cores com tela de cristal líquido, receptores de sinal de TV via cabo e espelho retorvisor interno eletrônico para veículo de quatro rodas.
Uma das empresas beneficiadas com os incentivos anunciados é a Jabil, responsável pela produção de produtos diversos, mas sem marca própria. "Produzimos para fabricantes diferentes, em setores distintos. A Jabil produz e a empresa que nos contrata insere no produto a sua marca", explica o gerente de desenvolvimento de negócios da Jabil, Celso Piacentini.A partir dos novos benefícios que serão concedidos pela Suframa, a Jabil irá produzir aparelhos de TV convencional e também TV LCD.
Atualmente, a empresa emprega 2,4 mil funcionários, mas tem como meta chegar aos 3 mil colaboradores até novembro. "A aprovação desses incentivos representa para as empresas benefícios para nossa permanência no Amazonas e também maiores garantias para a competitividade com os produtos asiáticos", finaliza.