A indústria operou mais uma vez abaixo da capacidade usual em fevereiro, mas os empresários do setor se mantêm otimistas em relação aos próximos seis meses. É a terceira vez consecutiva em que o Índice de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) registra queda, segundo a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A entidade avalia que a redução indica que a atividade industrial continua desaquecida. No mês passado, por exemplo, a UCI efetiva usual (não suficiente para levar a produção industrial ao nível usual para o mês) registrou 47 pontos ante os 45,2 de janeiro e os 48,2 de dezembro de 2010. Houve queda em comparação a fevereiro de 2010, quando o índice chegou a 48,9 pontos. O UCI varia de 0 a 100 pontos e valores abaixo de 50 representam atividade abaixo do esperado.
Na avaliação da CNI, o índice ficou abaixo do esperado para meses de fevereiro devido ao recuo da demanda e à concorrência dos produtos importados. A confederação explicou que entre o motivos para a redução da demanda estão as medidas de restrição ao crédito adotadas pelo governo. Outro fator é o aumento da taxa de juros.
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Na pesquisa, foi constatado ainda que o nível de produção em fevereiro alcançou 51 pontos, acima dos 46 de janeiro e dos 50,8 de fevereiro de 2010. O nível de estoques ficou estável, com 50,3 pontos em fevereiro ante os 50,4 de janeiro. Na avaliação da CNI, com estoque dentro do planejado, as empresas se preparam para atender à demanda prevista para o mês. A evolução da quantidade de empregados também foi positiva, com 50,7 pontos. Em janeiro, o índice alcançou 49 pontos.
Em relação aos próximos seis meses, os empresários mostraram-se otimistas na pesquisa da CNI. O índice de expectativas sobre a demanda cresceu de 61,3, em fevereiro, para 62 pontos em março. No caso da compra de matérias-primas, passou de 58,8 para 59,1 pontos.
Por outro lado, em relação ao número de empregados, a CNI explicou que a expectativa de contração nos próximos seis meses teve uma leve queda, ao passar de 54,6 pontos, em fevereiro, para 54,1 em março. Houve redução, na mesma comparação, do otimismo do empresariado em relação às exportações, que caiu de 51,6 para 51 pontos.
A pesquisa foi realizada entre 28 de fevereiro e 15 de março, com 1.379 empresas, das quais 770 são de pequeno porte, 409, de médio e 200, de grande.