Pelo menos 500 pessoas aguardam na fila de espera para adquirir o Pompéo, carro elétrico de concepção paranaense que deve ganhar as ruas a partir do segundo semestre do ano que vem.
A projeção é dos empresários cascavelenses Renato César Pompeu, Carlos Eduardo Momblanch da Motta e Carlos Metzler, trio que administra a empresa Fiel Indústria de Veículos Automotores Ltda, pequena montadora incubada no Parque Tecnológico de Itaipu, em Foz do Iguaçu. A empresa recebeu ano passado em São Paulo o prêmio Ozires Silva, um dos principais do Brasil no segmento automobilístico e empreendedor.
Inspirado no sobrenome de um de seus idealizadores, o engenheiro mecânico professor Renato Pompeu, 44 anos, o Pompéo é uma aposta ousada de veículo urbano de três rodas, compacto no tamanho, com 2,7 metros de comprimento por 1,4 metro de largura, e atrativo no preço sugerido ao consumidor: R$ 30 mil.
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O primeiro protótipo do carro está em fase de testes na fábrica de motores elétricos da WEG, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina e deve permanecer por lá até outubro, quando começam os testes nas ruas. O apelo ecológico é o diferencial: não polui o ar, não faz barulho e é econômico. Feito com chassis de alumínio fornecido pela Alcoa - parceira do projeto - e carcaça de plástico polímero, o veículo consome apenas R$ 0,04 por quilômetro rodado, contra R$ 0,25 de um veículo movido à gasolina. O motor é automático e dispensa embreagem e marchas.
Com uma carga de energia de aproximadamente quatro horas em tomada simples, tipo plug-in, o Pompéo tem autonomia para andar de 150 a 200 quilômetros sem precisar recarregar. Limitada por software, a velocidade atinge os 90 quilômetros por hora.
Diferente de adaptações automobilísticas voltadas ao uso de energia limpa, o Pompéo foi concebido para ser elétrico, o que o torna diferente dos demais. ''Percorremos o caminho inverso. Contratamos uma empresa especializada em design que colocou no papel a nossa ideia, diferente de tudo o que foi feito até então, veículos parecidos com caixas de fósforo. O projeto é baseado na gota d'água, que é a expressão geométrica mais perfeita já criada pela natureza.
Desta forma, conseguimos economia de combustível e de desgaste de peças. Os outros carros da concorrência foram transformados em elétricos em oficinas mecânicas. O nosso já nasceu assim'', explica o engenheiro.
O projeto começou há cinco anos e partiu da observação que quase 90% das pessoas andam sozinhas ou com carros no trânsito urbano. ''Queríamos suprir essa necessidade de forma inteligente e econômica, criando um carro pequeno e leve, só para duas pessoas. Um carro leve permite uma agressão menor ao ambiente e exerce um peso menor sobre o asfalto, o que garante vida útil maior ao pavimento'', exemplifica ele. ''Onde um carro normal estaciona, é possível colocar três dos nossos. Isso é um aspecto muito significativo em um espaço urbano cada vez mais restrito'', diz.
De acordo com o engenheiro mecânico, dentro em dez anos o uso de carros elétricos estará muito mais disseminado nos países de primeiro mundo. Segundo ele, é uma exigência de populações cada vez mais conscientes sobre o impacto ambiental provocado pelo consumo de máquinas.