Não sair do Brasil sem contrato e visto de trabalho, não assinar contratos em língua estrangeira sem saber exatamente o que está escrito, não entregar o passaporte em troca de passagens.
As recomendações parecem óbvias, mas são esses os principais problemas enfrentados por brasileiros que vão trabalhar no exterior e depois se veem em situações de quase escravidão. O Itamaraty lançou nesta terça-feira uma cartilha para tentar evitar que cada vez mais jovens brasileiros se vejam em países estrangeiros sozinhos, sem dinheiro e sem condições de voltar para casa.
Os alvos mais diretos são jovens modelos e jogadores de futebol, mas também professores de danças típicas, capoeiristas e até churrasqueiros, atraídos por promessas de trabalhos e bons ganhos.
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Cada vez mais, as embaixadas e consulados no exterior recebem brasileiros em situações desesperadoras. "Nos últimos três anos nós temos o registro de pouco mais de 100 casos. Mas isso é apenas a ponta do iceberg. Muitos não procuram a embaixada. Tentam arrumar soluções com a família ou amigos", explica a diretora do Departamento de Políticas Consulares e de Brasileiros no Exterior do Itamaraty, Luiz Lopes da Silva.
A maior parte dos casos acontece na Ásia, especialmente para modelos, e no Oriente Médio, para jogadores de futebol. Casos recentes foram registrados na Armênia, na China, em Cingapura, na Coreia do Sul, nas Filipinas, na Grécia, na Índia, na Indonésia, no Irã, na Malásia, na Tailândia e na Turquia.