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Momento favorável

Chuva aumenta e deve reduzir contas de luz, diz especialista

Agência Brasil
22 mar 2016 às 18:32

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- Reprodução
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O setor elétrico brasileiro vive uma fase de muita tranquilidade em razão do momento hidrológico favorável, o que deverá levar ao desligamento de mais usinas termoelétricas levando em conta sempre o menor custo da energia.

A informação foi dada nesta terça-feira (22) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ao avaliar que o grande beneficiado com a decisão será o consumidor final, que deverá conviver este ano com aumentos da tarifa de energia elétrica abaixo da inflação, ou até mesmo sem qualquer aumento dependendo da região.

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Tolmasquim, que participou da abertura da Semana Brasil-Reino Unido de Baixo Carbono, que está sendo realizada até amanhã (23) em um hotel em Copacabana, na zona sul da cidade, admitiu que a situação vivida hoje pelo país é muito diferente de alguns meses atrás em razão das chuvas que voltaram a cair em fevereiro e março.

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"Hoje, a situação é de muita tranquilidade, muito diferente de antes, até porque houve uma conjunção de melhora do ponto de vista hidrológico conjugado com a redução do consumo. A gente hoje tem uma situação de excedente de energia no sistema", disse.

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Tolmasquim ressaltou que, do ponto de vista estrutural, em momento algum houve risco de desabastecimento, pois havia energia apesar de estar faltando água. "Agora chegou a água [voltou a chover] com intensidade e voltamos a ter superávit de energia a um custo menor para o consumidor. A tendência é irmos desligando as térmicas, e a linha de linha de corte para o fornecimento térmico (R$ 211 megawatts/hora – MW/hora) propicia a bandeira verde", destacou.


Ele informou que o governo deve adotar, a partir de agora, o despacho [térmico] por ordem de mérito. "Ou seja, vamos eliminando gradativamente o despacho a partir das usinas mais caras. A linha de corte é R$ 211 por megawatss/hora. E agora vamos definir quais térmicas vamos desligar, sempre levando em conta o preço, onde as mais baratas serão despachadas primeiro", explicou.

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Ele anunciou, ainda, que a situação dos reservatórios é muito boa, acima de 50% no Sudeste e de 90% no Sul. "Tem ainda o problema do Nordeste onde os reservatórios estão abaixo do desejado, mas estamos mandando hídrica [energia] do Sudeste e do Norte para lá".


Sobra de energia

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Tolmasquim informou que o país convive hoje com um superávit estrutural - considerando a margem de risco de 5% no Sistema Interligado Nacional (SIN) - de cerca de 212 mil MW "que é muita coisa".


"Hoje, a gente tem capacidade de gerar sem maiores dificuldades e os problemas da falta d'água estão resolvidos em decorrência do momento hidrológico favorável. Portanto, hoje os riscos [de falta de energia] são praticamente zero. Agora, o principal problema é equacionar o custo da energia para o consumidor final, porque já melhorou muito a situação com os desligamentos das térmicas mais caras. Então, o setor vai ter aumento de tarifa abaixo da inflação e alguns lugares nem aumentos terão. A perspectivas é de que tenhamos queda real de tarifa na média ao longo do ano", previu.

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Eólicas e linhas de transmissão


O presidente da EPE admitiu que o governo estuda a possibilidade de atrelar os leilões de energia de reserva a novas linhas de transmissão que venham a servir para escoar a energia que vier a ser gerada a partir dos novos empreendimentos.

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"A ideia poderá já ser colocada em prática nos três leilões de reservas previstos para este ano. Os empreendimentos estariam de certa forma atrelados um no outro", disse, sem detalhar a fórmula em estudo.


"Mas uma possibilidade seria de o empreendedor investir tanto na usina como na linha de transmissão, ou procurar um sócio que divida o empreendimento. Temos planejamento de linhas, então, faríamos sublotes de forma a permitir que o empreendedor possa ter atrelado em um mesmo empreendimento a transmissão e a geração".

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Semana Brasil-Reino Unido


A solenidade de abertura da Semana Brasil-Reino Unido de Baixo Carbono contou, ainda, com a presença da ministra adjunta de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido, Andrea Leadsom.


O evento está sendo realizado pela missão diplomática britânica no Brasil e nele serão divulgados resultados do portfólio de projetos em energia financiados pelo Brazil Prosperity Fund. A semana reúne especialistas internacionais em seis painéis com os temas smart grid, pegada de carbono, energia hidrocinética, energia nuclear e eficiência energética para indústria e infraestrutura.


Segundo os organizadores, o sucesso da parceria entre o Reino Unido e o Brasil no setor de energia se deve a um envolvimento integral que vai além das conhecidas parcerias comerciais. "Projetos que visam o compartilhamento de conhecimento têm cada vez mais espaço, potencializados pelo memorando de entendimento para a cooperação no setor de energia, assinado por ambos países em 2006".


Em comunicado onde detalhava o encontro, a missão diplomática britânica disse que o embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, celebrou o êxito dos projetos de cooperação no setor e afirma que a parceria aumentará nos próximos anos.

"Desde 2009, tivemos mais de 20 projetos de cooperação técnica com instituições brasileiras, e estou seguro de que esta parceria aumentará consideravelmente nos próximos anos. Temos muito interesse em continuar trabalhando em conjunto com o Brasil no desenvolvimento do seu potencial em petróleo e gás e em seu rápido crescimento em energias renováveis", disse ele.


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