Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse nesta sexta-feira, 6, que o crescimento zero do PIB no terceiro trimestre, divulgado hoje pelo IBGE, é um alerta para o setor industrial. Em nota, a entidade afirma que a desaceleração da economia é resultado da perda da competitividade crescente da indústria, provocada pela valorização cambial e pela falta de avanços nos na redução dos custos de produção, além dos efeitos da crise financeira internacional. "Se a piora da conjuntura externa dificulta ainda mais a já acirrada competição para o exportador, a pressão dos produtos importados, paralelamente, reduz a competitividade da indústria brasileira. Tudo isso reforça a urgência de ações mais eficazes para retomar o crescimento", ressalta a CNI.
Segundo a entidade, a desaceleração da economia já era esperada, mas a queda de 1,4% na indústria da transformação é preocupante. Outra preocupação, destacou, é o recuo do consumo, "que tem sido o motor do crescimento, inclusive do consumo do governo".
Diante desse resultado a CNI disse que vai rever suas projeções para o crescimento este ano de 2,2% para a indústria e de 3,4% para o PIB.
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Para o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, o investimento em infraestrutura pode ser o motor necessário para o País crescer em patamares suficientes para manter em alta o emprego e a renda no médio e longo prazos. De acordo com ele, obras estruturantes têm a capacidade de estimular o crescimento de outras cadeias produtivas e funcionar como um "escudo" do País em meio às dificuldades pelas quais passa a economia mundial.
Para Godoy, apesar de ter um mercado interno "robusto" o Brasil está exposto às consequências da baixa atividade econômica global. "O que o País precisa, então, é manter o foco na viabilização de programas e projetos que signifiquem a expansão dos investimentos na infraestrutura acima dos 10% ao ano", afirmou.
As declarações do presidente da Abdib foram feitas após a divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do desempenho da economia no terceiro trimestre. O PIB nacional ficou estável no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior. "Com condições adequadas de financiamento, bons projetos e boa gestão nos processos preparatórios das obras, o setor pode contribuir mais fortemente para o PIB no médio e longo prazo", disse Godoy.