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Comando de greve pede que bancários aprovem volta ao trabalho

Agência Brasil
11 out 2013 às 17:27

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Até segunda-feira (14) os sindicatos dos bancários anunciarão se aceitam ou não a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para terminarem a greve. A paralisação, que completou hoje 23 dias, deverá ser encerrada, caso os sindicatos acatem a orientação do comando nacional de greve. Apesar de satisfeita com a proposta apresentada pelos bancos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) lamenta a dificuldade nas negociações com bancos privados.

"Com a Fenaban, fizemos uma negociação coletiva que vale para todos bancários do Brasil, abrangendo cláusulas de aspecto mais econômico, e outra específica com cada banco público, onde foram discutidas questões sociais", explicou à Agência Brasil o diretor da Contraf, Ademir Wiederkehr.

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O diretor diz que a maior dificuldade de negociação com os bancos privados é histórica. "As conquistas são sempre menores do que com bancos públicos que, ao contrário dos privados, oferecem benefícios, plano de carreira, abono assiduidade de cinco folgas por ano", disse. "Mas agora, na proposta da Fenaban, conseguimos incluir folga abonada de um dia para todos os bancários", acrescentou.

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A Fenaban ofereceu reajuste de 8% nos salários e benefícios pagos por todos os bancos, e de 8,5% para os pisos salariais. O valor fixo da regra básica da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será reajustado em 10%. Segundo cálculo da Fenaban, a parcela paga da PLR ao profissional que ocupe a função de caixa pode chegar a 3,5 salários.

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Estão previstos também reajustes do auxilio refeição, que sobe para R$ 463,60 mensais; da cesta alimentação, que passa para R$ 397,36 e do auxílio-creche para R$ 330,71 por filho de até 6 anos.


"A orientação do comando nacional é de aceitação da proposta, que traz avanços econômicos e sociais, aumento real da renda dos bancários, valorização do piso e melhores condições de trabalho. Contabilizaremos, com ela, 10 anos consecutivos de reajustes com ganhos reais de salários", disse o diretor da Contraf.

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Ele lembra que, no início das negociações, a proposta dos bancos era pagar a inflação do período (6,1%). "Isso mostra que a negociação foi favorável aos trabalhadores. O resultado foi graças à mobilização da categoria, que conseguiu paralisar ontem 12.140 agências em todo país. Foi a maior dos últimos 20 anos".


Wiederkehr destaca, entre outras conquistas dos bancários, a proibição de os bancos enviarem mensagens cobrando o cumprimento de metas. "Isso deixava os bancários adoecidos por causa da pressão e pelas cobranças constantes. É uma das principais reclamações que ouvimos, porque eram três, quatro mensagens por dia cobrando a venda de serviços e de produtos, como os seguros. Sem dúvida é uma das medidas mais importantes e aguardadas pelos trabalhadores", disse o dirigente sindical.

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Sobre as negociações com bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste – Wiederkehr destaca, no caso do BB, o compromisso de contratar 3 mil funcionários até agosto de 2014, e a melhoria de condições para os caixas de banco. "Os cerca de 1,2 mil bancários que vêm exercendo há mais de 90 dias a função de caixa serão efetivados", disse ele, referindo-se à prática em alguns bancos de desviar escriturários da função para trabalharem nos caixas. "Era uma forma de aproveitar mão de obra mais barata", disse Wiederkehr.


"Nas negociações com a Caixa, conseguimos uma PLR de 4% do lucro líquido do banco, a serem distribuídos igualmente entre os funcionários. Além disso, haverá uma PLR social, um tipo de programa social interno do banco, a exemplo dos demais programas sociais tocados externamente. É uma forma de valorizar o bancário da Caixa pela função social que exerce", disse Wiederkehr.

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No Banco do Nordeste ficou acertada a contratação de 850 empregados até dezembro de 2014. Além disso, foi constituída uma comissão para revisar o plano de carreira e de remuneração, com prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos.


"Será uma forma de valorização dos trabalhadores porque, no caso dos bancos públicos, há interesse em estimular os funcionários a adquirirem experiência, buscando novas funções e cargos. É também positivo para a empresa. Por isso, estamos otimistas com a possibilidade de a comissão obter bons resultados", explicou Ademir Wiederkehr.

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"No caso dos privados isso não acontece porque eles adotam a estratégia de reduzir custos por meio de demissões seguidas de contratações de funcionários com salários mais baixos. A diferença de salários chega a 40%", disse o diretor da Contraf.


O diretor de relações do trabalho da Fenaban, Magnus Apostólico, nega a adoção de uma política de desvalorização do empregado. "Os bancários, tanto de bancos públicos quanto de bancos privados, recebem grandes investimentos em qualificação profissional e desenvolvimento de carreiras (mais de R$ 800 milhões por ano no setor)".

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Além disso, segundo ele, "em todos os bancos médios, grandes e muito grandes os bancários têm oportunidades de carreiras técnicas e gerenciais que nenhum outro setor pode oferecer. O setor bancário contrata grande número de jovens entre 18 e 30 anos, nos quais investe fortemente para a formação de profissionais de alto nível."


Magnus Apostólico negou que os bancos privados recorram a escriturários na função de caixa para baratear a mão de obra. O diretor da Fenaban explica que "a função com maior número de profissionais nos bancos é de caixa. Escriturário é uma função que dá origem aos caixas, e estes recebem, quando no exercício da função, gratificação de caixa. Os bancos não barateiam mão de obra".

Eles diz que os bancos "desenvolvem pessoas e oferecem a melhor convenção coletiva do país, o maior salário médio, a melhor remuneração nos cargos iniciais, para a menor jornada de trabalho do mercado, e as maiores oportunidades de carreira. Os bancos apresentam, também, baixa rotatividade em todos os tipos de instituições, o que demonstra a capacidade do setor em atrair e reter talentos."


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