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Otimismo

Comércio brasileiro vive momento de pleno emprego

Agência Brasil
19 dez 2011 às 09:33

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O comércio brasileiro está vivendo um momento de pleno emprego, disse à Agência Brasil o professor de varejo da Fundação Getulio Vargas, Daniel Plá. "Pela primeira vez, às vésperas do Natal, de cada dez lojas você tem uma que ainda não conseguiu completar o quadro de funcionários. Isso se repete no Brasil inteiro. Há dificuldade de contratar", acrescentou.

Segundo o economista, isso ocorre devido à alta demanda da economia e à resistência das empresas na questão do aumento dos salários. "Você tem um controle forte da inflação, o dinheiro está difícil. Muitas empresas vão enfrentar dificuldades. Vão ficar com falta de produtos antes do Natal, porque estão trabalhando com estoques baixos devido ao alto custo financeiro".

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Daniel Plá avaliou que as medidas de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foram anunciadas pelo governo no momento certo, devem ajudar o setor, "mas vieram muito em cima da hora".

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Em função da demanda, os salários dos funcionários temporários do comércio varejista aumentaram até 30%, disse. Ao mesmo tempo em que a briga pelos temporários é positiva, também mostra um lado preocupante, advertiu Plá. "Porque muita gente larga um emprego fixo, força às vezes uma demissão para receber o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) mais 40%, entra no emprego temporário acreditando que depois vai ser efetivado, mas não é bem assim. Aí, você passa a ter uma situação dramática, que se repete todos os anos, porque de cada três temporários, apenas um é efetivado".

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Para os contratados temporariamente, o valor médio pago no Natal chega a dois salários mínimos. Entre os comerciários cujos empregos são fixos, a média é um salário mínimo mais benefícios e/ou comissão. Os bons vendedores chegam a receber até quatro salários, informou.


Na média, a expectativa do especialista da FGV é que o comércio nacional experimentará este ano um crescimento real, isto é, descontada a inflação, em torno de 2%. Isso significa que alguns comerciantes vão ter queda no faturamento, sobretudo aqueles cujas vendas são direcionadas às classes média média e média alta.


De acordo com o economista, esses comerciantes estão perdendo competitividade em razão do número crescente de brasileiros que viajam para o exterior nesta época do ano e fazem suas compras fora do país. "Isso está atrapalhando o setor da moda, em especial, e o segmento de produtos mais sofisticados".

Em contrapartida, a nova classe média, formada por boa parcela oriunda das classes D e E, está consumindo muito e impulsionando as vendas no período.A expectativa é de incremento ainda maior em função do décimo terceiro salário, "quando sobra renda. É um grande ‘boom’ (explosão)". Daniel Plá assegurou que os comerciantes cujos produtos atendem especificamente a esses consumidores estão batendo o recorde de vendas dos últimos dez anos. "Esses varejistas estão investindo pesado em produtos para atingir esse consumidor", completou.


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