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Comércio eletrônico cresce 49% no Paraná

Anelise Faucz/Equipe Folha
05 abr 2010 às 09:42

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- Reprodução
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Mais paranaenses têm aderido ao hábito de comprar pela internet. É o que diz a estatística da Consultoria E-bit, órgão especializado em comércio eletrônico no Brasil. O faturamento das compras on-line no Estado registrou um aumento de 49%, irrompendo a cifra de R$ 255 milhões em 2007, para R$ 380 milhões, em 2008. No mesmo período, o número de pedidos negociados na rede cresceu robustos 94%. Dessa forma, é possível dizer que emerge um novo perfil de consumidor no Paraná, atento à segurança, preço, autonomia e comodidade.

Quem comemora a consolidação do comércio eletrônico são os empresários que investiram na criação de sites voltado para vendas. O pet shop curitibano Sun Pet, criado há quatro anos pelo médico veterinário Rafael Antoniazzi Calomeno, comercializa produtos somente pela internet. Para divulgar a loja, ele revela que o segredo é investir em visibilidade e participar ativamente de mídias sociais, como orkut, twitter e blogs. O veterinário investe até mesmo numa boa colocação no ranking das palavras-chaves digitadas em sites de busca como o Google. Só nesse primeiro trimestre, o Sun Pet registrou um aumento de 25% em relação às vendas feitas em todo o ano passado. '' Todo mundo procura a internet para pesquisar onde comprar, inclusive, para comparar preços'', afirma Calomeno.

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''As decisões de compras estarão embasadas em informações chegadas pela internet, não obrigatoriamente em um computador, mas em uma miríade de acessórios conectados que surgem sem parar, os mais simples são os celulares. Mesmo numa loja física, o cliente usará a internet para pesquisar preços e pagar pelos produtos'', explica André Kischinevsky, pró-reitor de Marketing do Instituto Infnet e professor-titular da Fundação Getúlio Vargas.

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Com as vendas pela internet a mil, a Livrarias Curitiba investiu cerca de R$ 300 mil em um novo software para lançar, ainda neste ano, um portal mais turbinado. Preparado para vendas e marketing de relacionamento, o novo portal promete imagens de todos os produtos e promoções diárias. Com isso pretendem alavancar, no mínimo, 10% das vendas até o final deste ano. Além dos livros - ''carro chefe'' das vendas on-line - a livraria também tem apostado na comercialização eletrônica dos materiais escolares.

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A adesão dos pais tem sido gradativamente maior. Em 2009, a empresa ampliou em 17% as vendas pela web de material escolar, com relação a 2008. ''Estamos atendendo pais de diversas cidades do Estado. Cadastramos as listas solicitadas de vários colégios de diferentes cidades e alcançamos um público que não alcançaríamos sem o advento da internet'', diz o diretor-comercial da Livrarias Curitiba, Marcos Pedri.


A Lojas Bettega, sexagenária no comércio de presentes em Curitiba, investe no comércio eletrônico há dez anos. Ganhou publicidade na web e parcerias com outros sites. Ainda assim, em meados da última década, as vendas foram fracas. O poder da concorrência, muitas de capital estrangeiro, e a velocidade com que ganharam mercado não geraram recalques no empresário curitibano Paulo Henrique Camargo, que insistiu no comércio virtual. No primeiro trimestre desse ano, as vendas on-line já ultrapassaram em 42% o volume negociado no mesmo período de 2009. ''Além da praticidade e comodidade das compras on-line, houve um aumento residencial e corporativo do acesso à internet. E caiu o tabu de que as compras eletrônicas são inseguras'', afirma.

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Empresas virtuais têm bons resultados



O fenômeno de compras pela internet já se mostra um ramo bilionário da economia no Brasil. Em 2009 faturou R$ 10,6 bilhões, mostrando um crescimento de 30% em relação a 2008. No Paraná, as empresas também se alinharam no avanço. O shopping virtual, Tradepar, criado em Curitiba, é um bom exemplo. Dedicado à venda de produtos eletrônicos, o portal cresceu 45% em 2009. Para o gerente de e-commerce da loja, Marcelo Alvino, um maior conhecimento da ''ferramenta internet'' e o investimento em segurança por parte das empresas virtuais credibilizaram os consumidores, que se sentem mais seguros para comprar pela internet. ''Só agora as facilidades que a internet pode gerar para a população está sendo reconhecida no Brasil. É uma questão de cultura'', afirma.

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Quem também contou com uma maior adesão corporativa à internet foram as agências de turismo. ''Nossos clientes tem mais opções de planos e pacotes de viagens ao buscar esses serviços no site. Descobrem que um pacote para Buenos Aires tem o mesmo valor de um para Paris, por exemplo. Se eles vierem pessoalmente talvez não tenham conhecimento da variedade de serviços e planos dos quais dispomos'', fala a sócia-diretora Kátia Regina Grando, da Agência DKTour Turismo. A empresária avalia que a autonomia, propriedade essencial do consumidor eletrônico, é fator benéfico, especialmente para o tipo de negócio em que atua: prestação de serviços.


Carrinho eletrônico

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A comodidade foi o motivo para a jornalista Cristiane Ribinski se render ao carrinho eletrônico do supermercado. Com filho recém-nascido e dedicada aos cuidados da casa, ficou um bom período sem poder sair para abastecer a despensa. Precisava de tudo na mão, ingredientes para o almoço, material de limpeza, higiene e outros produtos domésticos. Ficou tentada e recorreu ao computador. Depois de uns clicks aqui e ali, recebeu as compras na porta de casa. No entanto, confessa que foi preciso a chancela do marido para acalmar o medo de digitar dados financeiros na rede, como o número da conta, códigos de segurança do cartão de crédito, senhas e o endereço de casa.


''Se a loja física tem boas referências, virtualmente também vai agradar. Só que as maiores redes avançaram no conceito das compras pela internet, não em termos de segurança que julgo serem todas excelentes, mas na eficiência das entregas e organização dos pedidos. Virtualmente acabei aderindo a outro supermercado que não costumava frequentar'', comenta Cristiane.

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Investimentos na web potencializam vendas



Cerca de 67,5 milhões de brasileiros tem acesso à internet, segundo estudo divulgado no ano passado. Para Marcelo Alvino, gerente de e-commerce da Tradepar, essa estatística pode melhorar ainda mais as vendas virtuais. Na sua avaliação, a estrutura tecnológica no Brasil ainda está engatinhando quando comparada ao mercado digital europeu. ''A cultura do hábito de comprar pela internet em países europeus é igualada às compras em lojas. Eles tem mais acesso à tecnologia'', explica o profissional, com mais de 5 anos de experiências em lojas virtuais nos Estados Unidos e na Europa.

Mesmo com o estudo do Plano Nacional de Banda Larga - que pretende universalizar o acesso à internet rápida - o pró-reitor de Marketing da Infnet, André Kischinevsky, não acredita que a web vá interferir nas vendas do ''comércio físico''. ''No futuro, cada vez mais, as compras on-line estarão mescladas às compras tradicionais. Não haverá uma separação clara entre o e-commerce e o comércio em lojas'', diz Kischinevsky. Contudo, na sua avaliação, a empresa que investir em todos os canais de vendas - incluindo a internet - terá mais potencial de gerar lucros futuros. ''Isso explica porque a Magazine Luiza com lojas em todo o Brasil, pode ter um valor de mercado inferior a uma '.com' como o Submarino, por exemplo, qua não tem lojas físicas'', finaliza.


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