A maioria das pessoas sonha com uma união estável e feliz em suas vidas. Mas para realizar este sonho, casamento e conta bancária devem permanecer no azul. Mais de um milhão de pessoas se casam por ano no Brasil. No entanto, especialistas garantem que questões financeiras estão entre as principais causas de separação em nosso país, fato que nem sempre é contabilizado pelas estatísticas.
Para evitar o fim do casamento decorrente do estresse causado pela crise de dinheiro, os dois pombinhos devem incluir o orçamento e as finanças nas conversas românticas a partir do momento em que decidem se casar. Para não começar a vida a dois com dívidas por causa da cerimônia e da lua-de-mel, o ideal é que o casal poupe antes do casamento a quantia que pretende gastar com a festa e a viagem. A escolha da data agendada para o casamento deve ser feita de acordo com o prazo que o casal levará para pagar todas as despesas. Se o casal pretende gastar R$ 25 mil reais entre cerimônia e viagem, por exemplo, e possui uma capacidade de poupança de R$ 1.500,00 por mês, precisará de pelo menos 16 meses para juntar a quantia necessária para realizar tal sonho.
Após o casamento, a receita da felicidade financeira é a mesma: fazer um planejamento financeiro e cumprir o orçamento doméstico ao pé da letra, poupar e investir bem seu dinheiro. Se o orçamento para gastos em restaurantes e teatros é de R$ 400 por mês, a meta deve ser respeitada pelos dois. O mesmo vale para as demais despesas, tais como mercado, salário da empregada doméstica, combustível etc.
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Outra dica importante: ambos devem manter sua independência financeira após o casamento. Manter sua própria renda divide o ônus do parceiro em assumir o orçamento familiar e deixa os dois em iguais condições, não havendo, assim, uma relação de "subordinação". Vivemos em tempos de mudanças rápidas, qualquer um pode eventualmente ficar sem emprego ou renda. Ter o parceiro para segurar as pontas por um período também traz maior segurança e estabilidade para a família.
A disciplina financeira pessoal é importantíssima. Não adianta lembrar de rever o orçamento no dia 31 de dezembro e prometer que no ano que vem tudo vai ser diferente. Especialmente se isto acontece depois que o casal gastou todo 13º salário com presentes e a ceia de Natal e, muitas vezes, já financiou a viagem de fim de ano em doze vezes no cartão de crédito. O dinheiro adicional no final do ano vem em boa hora para a família colocar as contas em dia ou até mesmo para incluir este montante no planejamento financeiro e realizar um sonho maior no médio prazo. A disciplina financeira deve acontecer o ano todo.
*Cláudio José Carvajal Jr. é coordenador dos cursos de Administração da Faculdade Módulo. Possui MBA Executivo Internacional pela Universidade da Califórnia (EUA) e especialização em Administração pela EAESP/FGV.