Brasília - A equipe econômica encerrou 2005 comemorando os indicadores de confiança dos investidores. O risco país, índice criado pelo banco de investimentos JP Morgan para sinalizar aos seus clientes o quanto eles podem aplicar num país, sem medo, fechou o ano próximo dos 300 pontos, nível recorde para o Brasil. Na semana passada o risco chegou a 302 pontos.
Mas o Brasil ainda está longe de atingir níveis de outros países emergentes, como o México que chegou ao fim do ano com risco em torno dos 122 pontos, ou a Rússia, com 113 pontos. O governo brasileiro ainda persegue a meta de ver o país reconhecido com o "grau de investimento", uma categoria de avaliação que recomenda confiança total para investir numa determinada economia.
Nesse fim do ano, o governo deu sinais de que é bom pagador, ao antecipar o pagamento de tudo o que deve ao Fundo Monetário Internacional (FMI), no total de US$ 15,5 bilhões e anunciou para janeiro o pagamento da dívida com o Clube de Paris – grupo de países que negociou a dívida brasileira nos anos 80, quando o Brasil declarou moratória.
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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirma que a recolocação do país virá em algum momento. "Estamos caminhando em direção a um país que possa ser considerado grau de investimento. Esse é um trabalho persistente. Não se completa apenas com um lance que possa ser dado. Ele vai vir ao longo dos próximos anos, na medida em que nós continuemos mexendo na microenconomia e melhorando os nossos indicadores. É um resultado natural desse processo que nós estamos trabalhando". Palocci fez as afirmações na última sexta-feira, em um café da manhã com jornalistas, antes de sair para dez dias de férias.
Palocci destacou que todos os indicadores apontam para a solidez da economia brasileira que, segundo ele, "está preparada para turbulências internas e está se preparando inclusive para enfrentar turbulências externas".
O ministro citou a melhoria que está sendo feita no perfil da dívida pública e o nível de reservas internacionais, que devem fechar o ano em torno de US$ 55 bilhões, contra os US$ 16 bilhões que havia em 2002.