Pela primeira vez em dois anos, as empresas que contraírem empréstimos e financiamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão pagar juros maiores. Em reunião extraordinária nesta sexta-feira (19), o Conselho Monetário Nacional (CMN) reajustou a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para 5,5% ao ano. Desde janeiro de 2013, a taxa estava em 5% ao ano, no menor nível da história.
Originalmente, a decisão deveria ter saído na quinta-feira (18), na reunião mensal do órgão. A definição, no entanto, tinha sido adiada por causa das definições sobre a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), conjunto de linhas especiais do BNDES que financiam a compra de máquinas e equipamentos, exportações e investimentos em inovação por empresas.
A cada três meses, o CMN fixa o nível da taxa para o trimestre seguinte. O conselho é composto pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
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O reajuste da TJLP reduz as pressões sobre o Tesouro Nacional, que gastará menos para cobrir a diferença entre a taxa subsidiada e os juros de mercado. De julho de 2009 a junho de 2012, a TJLP permaneceu em 6% ao ano. A taxa foi reduzida para 5,5% em julho de 2012 e para 5% em janeiro de 2013, como medida de estímulo à economia.
Criada em 1994, a taxa é definida como o custo básico dos financiamentos concedidos ao setor produtivo pelo BNDES. De acordo com o Ministério da Fazenda, o valor da TJLP leva em conta dois fatores: meta de inflação, atualmente em 4,5%, mais o risco Brasil, indicador que mede a diferença entre os juros dos títulos brasileiros no exterior e os papéis do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.