A MRV Engenharia e Participações S.A. dispensou mais de 200 operários em Londrina. O comunicado foi feito pela empresa na tarde desta segunda-feira (28), depois que os trabalhadores cruzaram os braços em protesto na última semana.
Todos são contratados pela RC, terceirizada na MRV. Os trabalhadores estão com dois meses de salários atrasados. Além disso, não houve pagamentos de vales compra, décimo terceiro e férias proporcionais. No ano passado, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção (Sintracom) denunciou a precariedade na moradia de alguns empregados, que viviam em condições sub-humanas. A empresa foi multada na época.
Os paraibanos migraram em busca de empregos. Com a expansão da construção civil, falta mão de obra qualificada em Londrina. "Eles foram trazidos do nordeste para trabalhar em obras da MRV, em Londrina. A empresa faz vários prédios do (programa) 'Minha Casa, Minha Vida'. O pessoal vai ficando sem receber e chega num ponto que fica essa confusão", disse a advogada do Sintracom, Rosangela Ferreira.
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O sindicato pode levar nova denúncia à Delegacia Regional do Trabalho. "Esse problema se arrasta há várias semanas. Havia um acordo que eles (empresas) iriam assinar rescisão (dos operários) às 15h, hoje, mas recebemos ligação de que a empresa não vai aparecer. Eles alegaram que a documentação seria encaminhada ao juridico. Pode ser mais uma manobra. Os operários e diretores do sindicato vão definir se aguardam ou se vão formalizar denúncia no Ministério do Trabalho", afirmou.
Em nota, a MRV se exime de qualquer problema. A construtora afirma que toda a negociação será realizada pela terceirizada. "Vale ressaltar que a MRV Engenharia cumpre todas as obrigações com seus colaboradores e fiscaliza seus parceiros. Neste caso, a empresa parceira se comprometeu a pagar todas as verbas que por direito possuem os seus colaboradores, mas não aceitará exigências que extrapolem o exigido por lei", diz a nota.
"Em todos os problemas, independente da terceirizada, a MRV está envolvida. Por ser a contratante, tem responsabilidade por tudo", rebateu a advogada do Sintracom.
A reportagem não conseguiu localizar nenhum responsável da terceirizada RC.