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Consumidor não deixará de usar cartão por preço menor

Redação Bonde
11 mai 2010 às 10:07

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- Reprodução
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Mesmo com preços diferenciados para cada forma de pagamento - medida defendida pelo Banco Central -, os brasileiros só deixarão de usar o cartão se o valor cobrado nesta modalidade estiver muito acima daquele aplicado no pagamento com cheque ou dinheiro. A afirmação é do economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo.

"O cartão traz facilidades. Você não precisa ir até o caixa eletrônico tirar dinheiro. Aliás, dependendo do valor da compra, nem dá para sacar nos ATM´s. Sem falar que o cartão dá um tempo de pagamento para o consumidor, mesmo que ele não parcele. Por isso, acredito que o consumidor só vai abandonar o plástico se o valor for muito maior. Assim, como a alta de juros não faz com que o brasileiro pare de comprar, R$ 1 ou R$ 2 a mais no preço não impedirão o uso do cartão", afirma.

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O economista não defende o preço diferenciado. Segundo ele, dependendo da forma como essa medida for redigida, pode trazer muitas dificuldades ao comerciantes.

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"Para os grandes estabelecimentos, será muito complicado, operacionalmente falando, praticar dois preços. Se o comerciante tiver de colocar dois preços nas etiquetas, anúncios e vitrines, será uma burocracia muito grande. Agora, se o preço diferenciado puder ser praticado por meio de descontos, é diferente, pois fica mais fácil e menos burocrático".


Já para as pequenas empresas, Solimeo afirma que, se a sugestão do BC entrar mesmo em vigor, os impactos não serão muito grandes. "Para as empresas menores seria mais fácil. Algumas já fazem isso: cobram preços diferenciados oferecendo desconto para quem paga com dinheiro. Mas explicitar que são dois preços é complicado".

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Ele garante ainda que, caso passe a ser permitida a cobrança de preços diferenciados, as grandes empresas não optarão por colocar nos produtos dois preços. "Acho que as empresas maiores vão preferir praticar um preço único, e diluir os custos no total, ou seja, os gastos que ela tem para aceitar os cartões serão incluídos no preço".


Questionado se isso não é injusto com os consumidores que não utilizam o cartão, Solimeo defende que não. "Não acho que isso prejudica o consumidor que não usa o cartão, já que os comerciantes que aceitam o plástico vendem mais, o que, de certa forma, compensa, já que os custos são bem distribuídos. O que acho injusto são os comércios que parcelam em muitas vezes no cartão e não dão descontos para quem paga à vista, no cheque ou dinheiro. Isso sim é uma discriminação com o consumidor que não tem o cartão".

Fonte: InfoMoney


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