Em reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, 15, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, pediu que fosse vetado o projeto de lei que regulamenta a terceirização em empresas públicas e privadas.
"Somos contra esse projeto e não admitimos, desta forma que ele está, que ele seja sancionado. Dissemos à presidente que esperamos que, se ele for aprovado pela Câmara, melhore no Senado. Pedimos, enfim, que a presidenta vete o projeto", disse Broch depois de audiência com Dilma e os ministros do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, e da Previdência Social, Carlos Gabas.
"Ela (Dilma) ouviu com muita atenção, mas não se pronunciou. Ela pediu informações aos ministros, eles disseram a ela que os destaques serão votados hoje (quarta-feira) no Congresso, mas ela não disse nem que sim nem que não (vai vetar o projeto)", disse Broch.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Sem acordo entre governo e o relator para resolver o problema de arrecadação, os deputados retomaram na terça-feira, 14, a votação do projeto de lei que trata da terceirização. Um destaque aprovado por ampla maioria proíbe a ampliação de setores terceirizados em empresas estatais. Questionado sobre a polêmica em torno do projeto, o ministro Patrus Ananias disse que só iria comentar a pauta apresentada pela Contag e questões ligadas à agricultura familiar.
Reivindicações
Durante entrevista, Broch destacou que, a partir de 11 de maio, uma caravana de negociadores de todos os Estados brasileiros irá a Brasília. "Vamos negociar até o dia 21 de maio - 21 de maio é o dia D, o dia em que a Contag realiza as grandes mobilizações", comentou o presidente da Confederação. A entidade pede a liberação de R$ 30 bilhões, sendo R$ 15 bilhões para custeio e R$ 15 bilhões para investimentos. A Contag também quer que a próxima edição do plano safra do governo não altere os juros para a agricultura familiar.
"A presidente reafirmou o compromisso do governo com a implantação do plano nacional de reforma agrária e reafirmou o seu compromisso com a agricultura familiar, colocando três aspectos que são importantes: o cooperativismo, a questão da agroecologia, e a importância da agroindústria familiar", disse Patrus Ananias.
De acordo com o ministro, as reivindicações da Contag serão "processadas" dentro do governo e analisadas dentro de suas "possibilidades orçamentárias".