Com uma expectativa de negócios que deve atingir R$ 3 bilhões em três anos, as cooperativas agroindustriais Cocamar, de Maringá, Corol, de Rolândia, e Cofercatu, de Porecatu, confirmaram ontem, por intermédio de seus presidentes, a possível fusão entre elas nos próximos meses.
Há cerca de 40 dias, uma empresa paulista foi contratada pelas cooperativas para realizar um estudo prévio com o objetivo de avaliar o potêncial das três envolvidas e projetar os próximos passos da transação. No dia 11 de junho, Corol e Cocamar realizarão pré-assembleias com os cooperados para explicitar todos os detalhes da transação.
O presidente da Corol, Eliseu de Paula, disse ontem que as cooperativas ''estão afinadas'' e conversando há mais de um mês. ''As diretorias já abençoaram o estudo, agora está sendo avaliada a viabilidade e o potêncial de cada cooperativa. Faremos assembleias conjuntas para decidir outros detalhes, como os modelos de gestão. Os nomes devem permanecer'', salientou.
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Com a possível fusão, as cooperativas somarão mais de 15 mil cooperados e atenderão cerca de 120 cidades no Paraná. Questionado pela FOLHA se a fusão seria a melhor alternativa para que a Corol supere seu difícil momento financeiro, Eliseu foi ponderado. ''Dificuldades existem em todos os tempos e posso dizer que esta fusão é na dor e no amor. Juntas, fica mais fácil de transpor as dificuldades. É uma negociação inteligente e saudável como tantas que vemos. No final, o resultado tem que ser benéfico ao produtor, que é o principal interessado''.
Para Luiz Lourenço, presidente da Cocamar, as cooperativas devem ter um prazo de 90 a 120 dias para ''digerir o estudo''. ''É o estudo que vai determinar como vamos realizar esta fusão. Apoiamos a Corol em várias ações comerciais e por isso houve o interesse'', retratou. Em relação a novos investimentos, Lourenço destacou que as cooperativas ''utilizarão o potêncial que têm no momento''.
O Presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, foi procurado ontem pela FOLHA e prometeu dar uma posição sobre o assunto hoje.
Reestruturação
Para o presidente da Cofercatu, José Otaviano de Oliveira Ribeiro, a cooperativa não poderia ficar de fora do estudo. ''Se for um bom negócio, a fusão será possível. Por enquanto não realizaremos pré-assembleias, apenas enviaremos por carta um comunicado aos cooperados sobre todo o processo que estamos trabalhando'', relatou Ribeiro.
Desde que vendeu sua destilaria, no ínicio de abril, a Cofercatu - que possui cerca de 860 cooperados - está passando por um período de reestruturação. Segundo o presidente, são dois projetos distintos. ''Trabalhamos com um projeto de viabilidade da cooperativa trabalhar sozinha, e agora, com a possível fusão. Todos ficam um pouco desconfiados, esperando uma situação concreta, por isso queremos fazer um negócio bem feito''
'Autoritarismo'
As acusações de ''autoritarismo'' feitas por dois cooperados da Corol entrevistados anteontem pela FOLHA foram negadas com veemência pelo presidente Eliseu de Paula. ''O que eles disseram é uma inverdade, uma infelicidade total. Todos estão cientes sobre tudo que está acontecendo. Não existe ''autoritarismo'' algum. Aliás, os dados que foram passados estão todos trocados'', replicou o presidente da cooperativa.