De quatro em quatro anos, seleções de diversos países se reúnem para disputar a Copa do Mundo da Fifa. Os títulos e conquistas mexem com torcedores do mundo todo, mas para os brasileiros os jogos são momentos históricos, esperados por toda a nação. E não é apenas nas emoções do povo brasileiro que o futebol interfere. Ele ajuda a fomentar o ramo dos empregos temporários também.
A poucos dias do início da Copa do Mundo da África do Sul, bares e restaurantes de Londrina já estão abrindo oportunidades de trabalho temporário e contratando muita gente para atender à demanda dos serviços motivados pela paixão nacional.
É importante lembrar que para essas contratações existe uma legislação específica que deve ser observada tanto pelos empregadores quanto pelos trabalhadores temporários. A afirmação é da advogada e consultora trabalhista e previdenciária do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco) de São Paulo, Andreia Tassiane Antonacci.
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Ela, que considera esse tipo de ação vantajosa para a empresa, além de uma boa oportunidade para quem está desempregado, alerta para certos cuidados quanto às contratações. ''Existem questões que precisam ser esclarecidas quanto aos direitos dos temporários, como FGTS, aviso prévio, férias e 13º salário (veja info). E se eles forem contratados, posteriormente precisam saber se essa temporariedade será contemplada no contrato de trabalho'', esclarece.
A FOLHA ouviu alguns empresários que irão aumentar o quadro de funcionários para atender os empolgados de plantão que torcem a cada ataque e vibram com cada cada gol.
O presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Londrina (Abrasel), Arnaldo Falanca, concorda que durante o período dos jogos cria-se uma expectativa positiva em torno dos bares e restaurantes que reflete no movimento. ''As pessoas acabam se confraternizando. E para esse período é inevitável não haver essas contratações temporárias''. Segundo ele, o envolvimento da população e dos frequentadores são o termômetro para as contratações.
Ricardo Coelho Filho, do Mustang Bar, acredita que as contratações temporárias cheguem ao número de sete pessoas.'' Teremos que contratar alguns extras na parte de garçom e barman. Quando se pensa em Copa, pensa-se num grande movimento. Mesmo com os horários desse ano não sendo tão favoráveis, acredito que o comércio será maleável e liberará os funcionários para que possam assistir aos jogos''. O sistema de contratação em que Ricardo aposta é no da contratação autônoma, onde o trabalhador não garante nenhum vínculo trabalhista com a empresa.
O proprietário do Villa Fontana, Carlos Carvalho Grade, também constata a demanda maior nesse período e se antecipou nas contratações. Já regularizou a admissão de uma hostess e até o início da competição oficializará mais três. ''A Copa é um evento específico e o público quer se divertir mais. Essas contratações vão ajudar com o entretenimento dos clientes, como a realização de bolões, sorteios de brindes e um atendimento diferenciado''. Ele acredita na vitória do Brasil e já preparou um pré cadastro para receber os torcedores empolgados. Segundo Grade, se o Brasil for para as finais, o restaurante precisará de pelo menos mais quatro pessoas para trabalhar.
E os dias já são de muito trabalho para a hostess Amanda Martins, contratada pelo Villa Fontana para prestar um atendimento qualificado e manter um elo amistoso entre cliente e empresa. '' Forneço para o cliente tudo o que se encaixa em seu perfil, desde o local para se sentar, as indicações do cardápio. Também devo garantir que seu atendimento seja o melhor possível. Depois repasso um feedback de todas as sugestões, críticas e elogios que ele fez à empresa'', diz. Ela, que achou a iniciativa muito bacana, está otimista com o emprego temporário e vê nele uma oportunidade além Copa.
Marcos Castilho Nogueira, que é garçom há oito anos, se entusiasmou quando soube que durante o período da Copa teria um trabalho extra nos dias em que a Seleção Canarinho entrar em campo. ''É uma delícia ter um dinheirinho a mais. Tenho um salário razoável e quando isso acontece a situação sempre melhora''. Ele, que irá trabalhar no Mustang Bar, pretende investir o dinheiro ganho durante a Copa em sua carteira de habilitação e o restante vai poupar para a compra de um automóvel.