O objetivo estratégico da Copel de ampliar sua participação relativa no cenário energético nacional, notadamente nos segmentos de produção e de transmissão de energia elétrica, vai incluir uma postura mais ousada e arrojada da estatal nos próximos leilões de novas concessões a serem promovidos pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica.
Em reuniões mantidas esta semana com analistas de investimentos de São Paulo e Rio de Janeiro, o presidente da Companhia, Ronald Ravedutti, revelou que existe interesse em participar de novos empreendimentos "dentro ou fora do Paraná, desde que mostrem ser rentáveis".
O presidente admitiu que a Copel estuda com carinho a possibilidade de disputar, sozinha ou em parcerias, a concessão de três novos aproveitamentos hidrelétricos que a Aneel pretende colocar em disputa ainda em 2010. São eles uma usina no rio Teles Pires, no Mato Grosso, com potência projetada de 1.820 MW (megawatts), um complexo de 5 usinas de médio porte no rio Parnaíba, na divisa de Piauí e Maranhão, com potência total de 560 MW e a Usina Garibaldi, no rio Canoas, em Santa Catarina, com 175 MW.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Para o leilão deste último empreendimento, a Copel já iniciou conversações com a estatal federal Eletrosul visando a composição de uma parceria. Em sociedade com ela, a Copel vem construindo a Usina Mauá, no rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira. Este empreendimento, orçado em pouco mais de R$ 1 bilhão, terá 361 megawatts de potência instalada e início de operação previsto para abril de 2011.
RECUPERAÇÃO - Ronald Ravedutti afirmou que "a principal meta da Copel, hoje, é expandir negócios e conquistar novos empreendimentos para consolidar sua condição de grande empresa de geração e transmissão de energia". Ele destacou que a participação proporcional da empresa nesses dois segmentos foi reduzida nos últimos anos. "Não podemos permitir o declínio da nossa participação nesses mercados, que se dilui um pouco mais a cada nova obra executada sem a participação da Copel".
Para materializar esse objetivo, Ravedutti defende que a Companhia seja mais ousada nas futuras disputas por novos empreendimentos, contudo sem deixar de lado a prudência. "Não será a qualquer custo que expandiremos nossos negócios", observou o presidente. "Temos total ciência da responsabilidade com que devemos gerenciar os recursos disponíveis e não vamos embarcar em aventuras". Segundo Ronald Ravedutti, qualquer novo passo a ser dado pela Copel será muito bem estudado.
Nessa estratégia de buscar ser mais ousada nos leilões, a Copel conta com dois trunfos importantes: disponibilidades de caixa superiores a R$ 1,6 bilhão e um baixíssimo endividamento, equivalente a menos de 20% do seu patrimônio líquido, condição que lhe confere uma enorme capacidade de alavancagem – ou seja, margem para captação de recursos no mercado por meio de financiamentos ou empréstimos. "A receita que estamos propondo é agir com vontade e coragem, mas também com responsabilidade e bom senso, na busca de novas oportunidades para investir" (com AEN).