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Construção de hidrelétrica

Copel tenta medida extrema para reduzir atraso em obra

Agência Estado
28 abr 2015 às 09:02

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- Reprodução
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A Companhia Paranaense de Energia (Copel) decidiu adotar uma medida extrema para tentar reduzir o atraso da Hidrelétrica de Colíder, que está em construção na região norte do Mato Grosso. Por causa do abismo financeiro em que sua fornecedora de turbinas se meteu - a empresa argentina Wind Power Energia (WPE), controlada da Impsa -, a Copel partiu para um caminho nada usual: procurou diretamente cada um dos fornecedores de componentes que a WPE possui, renegociou contratos com essas empresas e passou a pagar diretamente cada um dos fabricantes, tudo para garantir a entrega do maquinário.

Devido ao acordo, a estatal paranaense passou a pagar diretamente empresas de países como Rússia, República Checa e Romênia. O receio era de que, caso pagasse à WPE pela fabricação das turbinas e demais equipamentos da usina, esse dinheiro não fosse usado pela contratada para adquirir os equipamentos de Colíder.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Copel, Sergio Lamy, disse que a decisão contou com a colaboração da própria Impsa, que também vive dias difíceis para honrar seus compromissos na Argentina. A Copel chegou a analisar a possibilidade de trocar de fornecedor, mas dado o andamento da obra e as especificações técnicas das máquinas, não viu outra alternativa a não ser seguir com o mesmo projeto até o fim. "Tivemos de mapear todo o processo de fabricação, toda a cadeia de fornecimento. Vimos todos que estão por trás da WPE e fizemos contato com todos os fornecedores. Estamos fazendo o pagamento diretamente a ele. O risco de passar o dinheiro para a WPE e ela não aplicar no projeto era grande", disse Lamy.

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Atraso

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A Hidrelétrica de Colíder está com seu cronograma absolutamente comprometido. Em construção desde 2011 no Rio Teles Pires, na porta de entrada da Amazônia, a hidrelétrica de R$ 1,5 bilhão deveria ser entregue este mês, mas problemas ligados a licenças ambientais, invasões, atos de vandalismo e greves levaram a Copel a pedir à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que a conclusão seja prorrogada para fevereiro de 2017.


Reportagem publicada na semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Copel pediu 644 dias de prorrogação no cronograma da usina, mas a área técnica só reconheceu 214 dias de atraso, ou seja, a estatal seria responsável pelos demais 430 dias de descumprimento do contrato, tendo de responder por todos os compromissos financeiros da hidrelétrica nesse período. O assunto ainda vai passar pela diretoria colegiada da Aneel.


Lamy disse que a Copel discorda da análise da área técnica e que, nos próximos dias, vai apresentar novas documentações e argumentos que possam reforçar seu pedido de adiamento. Se o posicionamento da unidade técnica for mantido, a Copel estaria diante de uma punição potencial de até R$ 501 milhões, se considerado apenas o montante de energia que a empresa teria de comprar no mercado livre, em preço-teto, para honrar os compromissos assumidos com as distribuidoras. Em contrapartida, a empresa teria uma receita de R$ 177 milhões a receber dessas mesmas distribuidoras pelo fornecimento da carga, ou seja, o prejuízo final ficaria em R$ 324 milhões.

O presidente da Copel disse que a empresa tem "feito o possível e o impossível" para tentar reduzir o atraso de Colíder. Em vez de entregar a usina em fevereiro de 2017, a meta seria iniciar sua operação em março de 2016. Dessa forma, disse Lamy, em vez de 644 dias de adiamento, a postergação cairia para 455 dias. Se considerada essa meta, a punição analisada pela Aneel cairia para cerca de R$ 280,8 milhões. Com a receita de R$ 99,4 milhões para receber das distribuidoras no mesmo período, o prejuízo efetivo seria estimado em cerca de R$ 181 milhões, comentou o executivo. "Isso é só uma estimativa, mas temos esperança que a diretoria da Aneel será mais sensível." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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