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Alta demanda

Copel trabalha para evitar 'apagão' na Copa

Agência Estadual de Notícias
15 jun 2010 às 11:04

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Os operadores do sistema elétrico interligado nacional estão concentrados para a Copa do Mundo, mas não para entrar em campo. Eles se preparam para enfrentar um fenômeno que se repete a cada atuação da Seleção Brasileira pelo Mundial: o declínio acentuado da demanda por eletricidade antes e durante a realização da partida, e seu súbito e acelerado crescimento a partir do apito final.

No país, o Operador Nacional do Sistema (ONS) estima que nos nove minutos seguintes ao final do jogo desta terça-feira (15), a população demande o equivalente à carga de uma cidade como Brasília, a cada minuto. Para o sistema elétrico da Copel, o efeito vai se traduzir no acréscimo de uma cidade de 100 mil habitantes a cada minuto, num intervalo maior, de 40 minutos.

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"Nossa previsão é de que a demanda no Paraná salte de 2.600 megawatts, às 17h45, para 3.600 megawatts às 18 horas", informa Ana Rita Xavier Mussi, gerente do Centro de Operação do Sistema da Copel. "Isso significa que o ritmo de crescimento da carga, em consequência do jogo, será três vezes maior se comparado a um dia normal".

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As estimativas tomam por base o comportamento da curva de demanda registrada em 13 de junho de 2006, quando a Seleção jogou na Alemanha contra a Croácia em horário semelhante ao do jogo de estréia na África do Sul.

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Medidas - Para que o sistema elétrico responda adequadamente a essa curva atípica de carga com variações extremas e tão rápidas, diversas medidas estão sendo tomadas. "Não estamos programando intervenções para manutenção em linhas, subestações ou usinas nos dias de jogos do Brasil, e teremos equipes de prontidão nas nossas principais instalações para a rápida solução de qualquer problema que eventualmente aconteça", diz Ana Rita.


Nesta Copa, em especial, o cuidado dos técnicos responsáveis por comandar a operação do sistema elétrico está sendo redobrado em razão da tabela de jogos do Brasil. Em duas ocasiões, na primeira fase, a Seleção jogará em dias úteis (15 e 25). O término da primeira partida será próximo ao início do horário de ponta habitual, então o sistema elétrico passará por dois degraus de aumento de carga, o segundo iniciará quando começa a escurecer e as lâmpadas da iluminação pública se acendem, ao mesmo tempo em que o uso da eletricidade nas residências se intensifica.

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Já o final do jogo do dia 25, por volta das 13 horas, coincidirá com a retomada habitual das atividades para o expediente da tarde num dia normal. "Estaremos atentos a tudo durante todo o tempo para que os paranaenses, no que depender do desempenho do sistema elétrico operado pela Copel, acompanhem com tranquilidade os jogos do Brasil na Copa", garante a gerente do Centro de Operação da empresa. O jogo do dia 20, que começará às 15h30, vai ser disputado em um domingo.


Padrão - A cada participação do Brasil numa Copa do Mundo, a história se repete. O consumo de energia começa a diminuir sensivelmente duas horas antes de começar a partida, cresce durante os 15 minutos de intervalo, volta a cair no segundo tempo e dispara tão logo ela termina.

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Isso acontece em razão da padronização do comportamento e uniformidade de atitudes da população: conforme se aproxima a hora do jogo, os escritórios, indústrias, comércio e demais atividades suspendem ou antecipam o término de seus trabalhos, o que leva os patamares da demanda por energia elétrica a níveis semelhantes aos da madrugada – a chamada carga leve.


Concentradas no desenrolar da partida, as pessoas adiam para os minutos de intervalo ou deixam para depois de terminado o jogo qualquer outra tarefa ou atividade. E o que se nota pela curva de demanda por potência é que todos – ou quase todos – agem dessa mesma maneira.


Durante o intervalo, há um razoável crescimento nos níveis de consumo, mas nada que se compare, no entanto, ao que vai acontecer depois do apito final. Em questão de minutos, a demanda – que era parecida com a da madrugada – dispara e sobe a patamares compatíveis com o horário de ponta, exigindo de forma repentina e instantânea que uma quantidade enorme de potência esteja disponível e pronta para satisfazer o consumo.

"É algo parecido com acelerar um carro", compara Ana Rita. "Em situações normais, o sistema elétrico sai de 50 km/hora e tem que chegar a 80 em pouco mais de meia hora, mas quando o Brasil joga, ele tem de acelerar de 10 km/hora até chegar a 80 em menos de dez minutos".


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