O Conselho de Administração da Companhia Paranaense de Energia (Copel) aprovou ontem o encaminhamento de solicitação de reajuste tarifário da Copel Distribuição de 24,86% para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O aumento é retroativo a 24 de junho que é sempre a data do reajuste anual da estatal paranaense. Agora, o percentual será analisado pela Aneel que vai decidir se aprova o aumento para que entre em vigor para o consumidor final.
No dia 24 de junho, a Aneel tinha aprovado um reajuste médio de 35,05% nas tarifas da Copel. No mesmo dia que foi divulgado o aumento, o governador Beto Richa informou, através de sua conta no Facebook que ficou ‘’surpreendido’ com a decisão da Aneel e solicitou a suspensão do reajuste. Inicialmente, a Copel tinha solicitado um índice de 32,4% de aumento.
A pedido do governo do Paraná, que é o acionista majoritário da empresa, o Conselho de Administração da Copel aprovou o envio para a Aneel de um pedido de efeito suspensivo do reajuste para que a estatal tivesse tempo de estudar um novo índice.
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O restante do reajuste de 35,05% que tinha sido autorizado inicialmente pela Aneel no dia 24 de junho vai ficar para o próximo ano, conforme o comunicado ao mercado divulgado ontem no site da companhia. A agência reguladora tinha aprovado anteriormente um reajuste de 33,49% para o consumidor residencial e de 37,35% para a alta tensão, que representa os consumidores residenciais.
Vale lembrar que, caso seja aprovado o índice de 24,86% pela Aneel, é um reajuste médio. Quando for aprovado o aumento, a agência deve detalhar os percentuais de aumento para o segmento residencial e industrial.
Neste ano, os principais aspectos que pesaram na conta foram os custos que a Copel teve com a compra de energia, a necessidade de contratar energia nos leilões para suplementação por meio de contratos de energia por disponibilidade e por quantidade, além da variação da tarifa de Itaipu.
De acordo com a planilha de custos que a Copel enviou para a Aneel chamada de IRT (Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado), o total do aumento solicitado de 32,45% era composto por 19,1% da parcela A (formada por encargos setoriais, custos com transmissão de energia e contratos já assinados de compra de energia que vão impactar no futuro), 11,8% de componentes financeiros formados por energia já comprada e pelo restante do reajuste de 4,94% que não foi aplicado na integralidade no ano passado.
No pleito da Copel deste ano entrou também o restante do reajuste de 2013 que o governo do Estado decidiu não aplicar. No ano passado, a Aneel autorizou um reajuste médio de 14% para a Copel. Mas, o governador decidiu aplicar na média 9,55%, em meio à onda de protestos que aconteciam no País.
Ontem, nenhum representante da Copel deu entrevista. No dia 24 de junho, em entrevista à FOLHA, o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, tinha dito que pesou muito o custo com o uso das termelétricas em função do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas e da falta de investimentos do governo federal no setor. Segundo ele, o custo de operação e manutenção da Copel é de apenas 1,6%.
A Copel Distribuição teve um prejuízo de R$ 14 milhões no primeiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano passado, o prejuízo tinha sido de R$ 65 milhões. Já o balanço total da companhia, também do primeiro trimestre, apontou um lucro líquido de R$ 583 milhões contra R$ 398 milhões no mesmo período do ano passado, o que significa um crescimento de 46,3%.