O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve, pela segunda vez seguida, a taxa básica de juros (Selic) em 10,75% ao ano. O índice vigora desde 21 de julho, data da penúltima reunião do colegiado. E, pela expectativa dos analistas financeiros, a Selic deve permanecer nesse patamar pelo menos até o final do primeiro trimestre de 2011.
Em nota, o Copom diz que "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% ao ano, sem viés", ou seja, sem a possibilidade de revisão até a próxima reunião do colegiado, que será em dezembro.
Na avaliação dos analistas, a inflação está sob controle, apesar de ligeiramente acima do centro da meta de 4,5% traçada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o que justifica a manutenção do índice.
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De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo BC na última segunda-feira (19), a expectativa média de uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras aponta para um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,20% neste ano e de 4,99% em 2011, dentro das margens permitidas de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli, "os juros deveriam cair mais, de modo a desestimular investimentos externos em aplicações financeiras e reduzir a valorização do real em relação ao dólar". Seria uma forma, segundo ele, de o Copom contribuir com o esforço governamental de conter a queda da moeda norte-americana e dar mais competitividade de preços às exportações brasileiras.
Para conter a valorização excessiva do real, o governo elevou, duas vezes, neste ano, a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos externos em renda fixa. E o BC, com o mesmo objetivo, tem realizado leilões duplos, quase diariamente, para comprar dólares no mercado à vista.