Os números divulgados pelo Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações são preocupantes. Apenas em agosto deste ano, foram 63 pedidos decretados no Paraná, sendo que as micro e pequenas empresas foram as mais atingidas.
Do total de decretações, 3 foram de grandes, 5 de médias e 55 de micro e pequenos empreendimentos. Pedidos de falência requeridos, mas ainda não decretados, também sofreram elevação. O índice é 5,1% maior que o do mês de julho e, de um total de 186 solicitações, 119 são de micro e pequenas, 46 de médias e 21 de grandes empresas.
A situação exige que fornecedores busquem auxílio no gerenciamento do risco de crédito, ficando cada vez mais alertas aos sinais das empresas com as quais se relacionam comercialmente. Uma vez decretada a falência de uma empresa, resta aos credores aguardar o levantamento de bens do devedor falido e torcer para que estes sejam suficientes para pagamento das dívidas, o que, na grande maioria das vezes, é impossível de ocorrer.
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Pela Lei no 11.101/2005 (que regulamenta a Recuperação Judicial, Extrajudicial e a Falência do empresário e da empresa), um credor com garantia real (hipotecário, por exemplo) é o segundo na ordem de preferência a receber em caso de falência, seguido dos credores trabalhistas e na frente dos créditos tributários, os quais, normalmente, assumem a posição de maior volume de débitos em uma empresa que está em processo de falência.
A boa notícia é que, segundo os economistas do Serasa, a inadimplência das empresas e, consequentemente as falências, tendem a diminuir pelo menos até o início do próximo ano, ainda que de modo gradual. A retomada de crescimento da economia brasileira, após a desaceleração observada durante o segundo trimestre de 2010, deve favorecer a geração de caixa para as empresas ao longo dos próximos meses, contribuindo para a diminuição de seus níveis de inadimplência. A procura das empresas por crédito cresceu 5,5% em agosto na comparação com o mês anterior - a segunda alta mensal seguida, de acordo com o Indicador Serasa da Demanda das Empresas por Crédito divulgado nesta quinta-feira (16). Já no acumulado do ano, a demanda das empresas por crédito avançou 7,7%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Todas as empresas, independentemente do porte, procuraram mais crédito em agosto. No entanto, as micro e pequenas empresas registraram alta maior, de 5,8%. Nas empresas de médio porte, o crescimento foi de 0,7% e,nas grandes, a alta foi menor, de 0,3%.
No entanto, é fato incontestável que os credores deverão se preparar cada vez mais, desenvolvendo não só habilidades negociais como também ajustes contratuais que darão segurança à operação.